No dia seguinte à aprovação da reforma trabalhista na Câmara, o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que vai 'trabalhar' para conseguir votos para outra reforma proposta pelo governo, a da Previdência.
As mudanças nas regras previdenciárias, que, entre outros pontos, vai estipular uma idade mínima para aposentadoria, é uma das principais medidas da gestão do presidente Michel Temer para sanear as contas públicas. No entanto, o tema enfrenta resistências dentro da própria base do governo. Os votos favoráveis à reforma trabalhista, 296, não seriam suficientes para a reforma da Previdência, que, por ser uma alteração na Constituição, precisa de 308 deputados a favor para ser aprovada.
Para Rodrigo Maia, a votação da reforma trabalhista mostrou um movimento crescente de votos a favor do governo.
“Eu vou trabalhar para que possamos chegar no plenário com número para que a gente possa aprovar a reforma da Previdência”, disse Maia.
Ele afirmou também que houve problemas na articulação das votações na Câmara nas últimas semanas, quando o governo não obteve resultados que esperava. No entanto, segundo Maia, houve uma "forte reorganização" da base aliada nos últimos dias.
“Tivemos, nas últimas semanas, muitos problemas na articulação das votações, principalmente na base do governo, já tivemos alguns resultados que nós não esperávamos (…) Se você olhar do ponto de vista do que vem acontecendo nas últimas semanas, certamente a reorganização da base do governo foi muito forte”, disse Maia.
Questionado sobre se a iminência de uma greve geral na sexta-feira (28) pode atrapalhar a aprovação da reforma, Maia afirmou que respeita o movimento, mas que o país vive uma crise muito grave “para que a gente fique gerando uma desestabilização que não é boa”.
“Respeito aqueles que acham que a greve é o melhor caminho, mas acho que o melhor caminho é o trabalho. O melhor caminho é que a gente trabalhe, que a gente continue acreditando no Brasil e que a gente entenda que reequilibrar o estado brasileiro não uma questão de ideologia, é uma questão de racionalidade”, afirmou.
“No meu ponto de vista, a greve não ajuda, não colabora com a retomada do crescimento que todos precisam”, disse.
Reprodução/G1