Polícia

PM suspeito de provocar morte de adolescente durante perseguição é absolvido

Julgamento ocorreu na cidade de Itabuna, na região sul da Bahia. Advogados da família do jovem morto recorreram da decisão

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 src=O policial militar Walace Feitosa da Silva, suspeito de provocar a morte do adolescente Nadson Pereira de Almeida, de 14 anos, ao atingir a vítima com uma viatura durante uma perseguição em Itabuna, no sul da Bahia, foi absolvido por juri popular durante julgamento realizado nesta terça-feira (11).

O julgamento, que aconteceu três anos após a morte do jovem, durou cerca de 12h e foi realizado no Fórum Ruy Barbosa, no centro da cidade. Os advogados da família da vítima disseram que vão recorrer da decisão.

O caso ocorreu no dia 16 de fevereiro de 2014. Segundo a polícia, Nadson estava pilotando uma moto sem habilitação e começou a ser perseguido após furar uma barreira policial, no bairro Lomanto. A vitura que seguiu o adolescente era dirigida por Walace.

Na época, testemunhas disseram que, na perseguição, Nadson teria caído da moto e sido atropelado pela viatura da PM. O inquérito concluiu, no entanto, que não houve atropelamento e que o estudante teria caído e batido em outro veículo.

A suspeita, entretanto, era de que a colisão que levou a morte do jovem tenha ocorrido após a viatura dirigida pelo policial bater propositalmente na moto do adolescente.

Juri

No julgamento do policial, nove testemunhas, sendo cinco de acusação e quatro de defesa, foram ouvidas. As de acusação foram pessoas que moram no mesmo bairro onde o adolescente morreu e que presenciaram o fato. Já as testemunhas de defesa foram policiais militares que estavam de serviço no momento da abordagem. O último a ser interrogado foi o PM.

A defesa teve uma hora para posicionar e a acusação mais uma hora. Houve, ainda, réplica e tréplica e, somente depois os jurados se posicionaram.

Logo cedo, uma longa fila se formou do lado de fora do fórum. Amigos, parentes e vizinhos de Nadson se dirigiram ao local usando camisas brancas em homenagem ao estudante. "Nadson tinha um sonho a realizar e foi interrompido com 14 anos de idade. O que a gente quer é que a Justiça seja feita", disse a mãe do jovem, Rosângela Pereira.

Um grupo de policiais militares também foi acompanhar o juri e dar apoio ao policial. "Foi um acidente. Nós acreditamos piamente nisso. O laudo pericial também disse que o menor, infelizmente, se chocou com um veículo que estava parado", disse o diretor da Associação de Policiais da cidade, Rodrigo Rocha.

A defesa diz que o policial não é responsável pela morte do estudante. "Não cometeu nenhum ato que demonstrasse a vontade dele em causar a ação que está em julgamento hoje", afirmou o advogado de Walace, Jorge Nobre.

Já o Ministério Público acusa o réu de ter comedito um homicídio. "Ele, durante uma perseguição, de forma deliberada, bateu propositalmente na moto que era conduzida pela vítima", afirmou.

Reprodução: G1