A polícia Civil do Distrito Federal cumpre, na manhã desta segunda-feira (10), 54 mandados de prisão contra uma célula suspeita de integrar facção criminosa. A megaoperação batizada de “Legião” é realizada no Complexo Penitenciário da Papuda, em São Sebastião, no Centro de Progressão Provisória (CPP), no SIA e nos presídios de Águas Lindas, Luziânia, Planaltina de Goiás e Novo Gama, em Goiás. Nas celas dos alvos, também estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão.
Dos 54 alvos, 43 já estão presos por organização criminosa e crimes como tráfico de drogas, de armas, receptação e roubos de veículos. Ao todo, 11 estão soltos e seis têm endereço incerto e são considerados foragidos.
“O cumprimento de novo mandado de prisão permite que eles fiquem mais tempo na prisão. Se algum deles estava prestes a ganhar a liberdade, agora não mais”, explicou o delegado chefe- adjunto da Delegacia de Combate ao Crime Organizado, Adriano Valente.
Segundo os investigadores, o grupo é hierarquicamente estruturado, com cobrança de impostos e divisão de tarefas, há pelo menos 30 funções para componentes do bando. “Há aquele que coordena tudo, há aquele que tem o papel de difundir as informações, os que coordenam adolescentes, os que têm a missão de repor as armas, os que coordenam os presos por tráfico de drogas e vão atrás de assistência jurídica e por aí vai”, explicou o delegado.
A operação é coordenada pela Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco) e conta com apoio de 80 policiais civis, sendo 36 agentes da Divisão de Operações Especiais (DOE) e o restante do Departamento de Polícia Especializada (DPE).
Outras ações
Na última terça-feira (4), policiais da Deco estiveram na Penitenciária de Foz do Iguaçu, no Paraná e apreenderam agendas e anotações com Gilvane de Assis, conhecido também como Deivid e Pablo. De acordo com a polícia, ele era quem ditava as regras para os coordenadores da facção no DF e Entorno.
A primeira tentativa de estabelecimento da organização no DF ocorreu em 2014, quando até então tinha 28 integrantes. Essa é a terceira operação contra a facção realizada pela Deco desde 2014. Naquele ano, os policiais descobriram que integrantes que estavam soltos pagavam até R$ 400 por mês de contribuição para manter a estrutura do grupo. Já os presos se comunicavam por meio de celulares e cartas, algumas vezes transportadas pelos seus advogados.
Em 2015, na operação Avalanche, duas advogadas acabaram denunciadas e viraram rés em um processo por organização criminosa. Elas são acusadas de extrapolarem o papel profissional para ocuparem o papel de “mensageiras dos criminosos”, levando e trazendo informações do DF para estados de São Paulo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Goiás. As advogadas ganhavam salário de R$ 4 mil. O processo ainda está em tramitação na 7ª Vara Criminal de Brasília.
Reprodução: G1