Bahia

Mulher presta queixa após filho ser acusado de roubo

Depois de explicar que o dinheiro e o cartão eram dela, a mãe do menino ligou para Mônica, chorando, contando o que havia ocorrido.

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Uma mulher prestou queixa na Delegacia Especializada de Repressão a Crime Contra a Criança e Adolescente (Derca), depois que seu filho de 12 anos, que é negro, ter sido acusado indevidamente por roubo por um segurança de um supermercado do bairro do Chame-Chame, em Salvador. De acordo com Mônica Santana, tia do menino, o caso aconteceu no último sábado.

"Minha irmã saiu de casa com o filho para pagar uma conta no Bompreço. Com medo de ser assaltada, ela colocou a quantia de R$ 800 e o cartão de crédito no bolso do menino, porque os ladrões geralmente não procuram dinheiro em crianças", disse Mônica.

Ainda segunda ela, quando chegou no mercado, a irmã pegou um produto e se dirigiu ao caixa.

"Ela pagou pelo produto e perguntou se eles estavam aceitando o pagamento do cartão, mas a caixa disse que já tinha passado o horário. Minha irmã então colocou o cartão e o dinheiro de volta no bolso do filho. Quando ela olhou, o segurança, que não estava fardado e nem identificado como funcionário, estava segurando o menino. Depois, ele levantou a camisa dele, começou a revistá-lo e o acusou de roubo na frente de todos os clientes", conta a tia do menino.

Depois de explicar que o dinheiro e o cartão eram dela, a mãe do menino ligou para Mônica, chorando, contando o que havia ocorrido. "Fui até lá e pedi para falar com o gerente. Nos levaram a uma sala, e o gerente nos atendeu. Ele disse que foi uma situação isolada, mas se recusou a nos informar o nome do segurança. Chamamos a polícia, mas quando os PMs chegaram, o gerente, o sub-gerente e o segurança já tinham ido embora. Como não tinha flagrante, a PM não podia fazer nada e nos levou para prestar queixa na delegacia".

Segundo a delegada Simone Malaquias, do Derca, o gerente do estabelecimento e o segurança serão chamados para prestar esclarecimentos. "O segurança irá responder por calúnia e injúria racial e, depois de escutarmos todas as partes, encaminharemos o caso à Justiça", disse a delegada.

Mônica revelou ainda que na última segunda-feira (15), ela e a irmã foram até o Minstério Público denunciar o caso. "Eu escrevi uma carta a punho pedindo que eles intercedam no caso e solicitem as imagens das câmeras de segurança do mercado", diz Mônica.