O smartphone virou um produto necessário e até um vício para brasileiros que optaram por economizar em outras despesas para poder comprar o aparelho. Na sexta-feira, 12, o analista financeiro Rafael Avalos, de 31 anos, estava em um grande magazine de São Paulo a procura de um smartphone para a mulher.
A compra que poderia ser um presente por ocasião do Dia dos Namorados na prática era uma questão de necessidade. “O smartphone dela pifou e ela perdeu a oportunidade de fazer uma pós-graduação bancada pela empresa.”
É que durante as férias, a mulher de Rafael ficou sem celular e o seu chefe não conseguiu entrar em contato com ela para oferecer a oportunidade de fazer o curso. “Hoje o smartphone é uma necessidade”, justifica o analista financeiro.
Com renda familiar na faixa de R$ 9 mil, Rafael pretendia desembolsar R$ 1.400 na compra de um telefone novo, parcelado em duas ou três vezes no cartão de crédito. Ele admitiu que a situação está complicada. “Estou economizando em muitas coisas, inclusive o celular eu adiei uns três a quatro meses para poder comprar”, contou Rafael. Entre as economias que fez estão gastos com roupa, alimentação e saídas para ir aos shopping centers.
Já o assistente administrativo Fernando Amaro da Silva, de 30 anos, solteiro e sem filhos, se disse “fissurado” em tecnologia. Faz duas semanas que ele comprou um smartphone novo, pela internet. Pelo produto que custava R$ 1.500, pagou R$ 1 mil em uma promoção e ainda parcelou em quatro vezes no cartão. Mas na última sexta-feira, ele circulava pela loja para novamente conferir as novidades sobre o produto. “Sou muito dependente de tecnologia. É como se fosse um cigarro, um vício”, admitiu Fernando, que uma vez por ano troca de aparelho.
A dependência do smartphone acontece, explica o assistente administrativo, porque o aparelho proporciona muitas atividades ao mesmo tempo. “Com o smartphone você tem acesso a tudo: jogos, música, enfim é uma central multimídia completa.” Ele acrescentou que acessa as redes sociais, a conta bancária. “É um computador de bolso que não dá para viver sem ele.”
financeira, sou bem cauteloso mesmo.” Pelo fato de ser uma pessoa caseira, disse que gasta pouco e usa a poupança para fazer compras quando aparece uma boa promoção.
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