Brasil

Governo descarta vacinar toda a população contra a febre amarela

Segundo Ministério da Saúde, 58,8 milhões de brasileiros receberam doses da vacina

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Ed Alves/CB/D.A PressO surto de febre amarela provocou uma corrida aos postos de saúde em todo o país. Nesta quinta-feira (23/3), a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Carla Magda Domingues, divulgou novo panorama sobre a imunização contra a doença. Ao todo, 58,5 milhões de brasileiros receberam doses da vacina. Isso equivale a  66,5% do público alvo protegido. Atualmente, 19 unidades da Federação têm a recomendação, incluindo o DF. Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro foram incluídas temporariamente na zona. A intenção é que 29,7 milhões de pessoas sejam imunizadas nessas regiões.

"O desafio é trabalhar com coberturas homogêneas em todo o país", explica Carla. O Ministério da Saúde ainda calcula um índice ideal de imunização e a média deve ficar entre 80% e 95%. "Não se pode querer imunizar 100% da população. A vacina pode ter efeitos adversos. As gestantes não podem tomar a vacina, por exemplo. São 3 milhões de mulheres nessa situação todos os anos", destaca. Idosos acima de 60 anos, mulheres que estão amamentando, imunodeficientes e pessoas em tratamento de câncer não devem ser vacinados. 
Carla ressalta que não há razões para desespero. "Em algumas regiões temos baixa cobertura vacinal. Mas, é preciso ter cautela ao analisar os dados. Isso é uma estimativa. O indicador de cobertura mede indiretamente a captação do público alvo", conclui. Ela explicou que o sistema do Ministério da Saúde só registra a cobertura completa, ou seja, a aplicação das duas doses necessárias e que novas ferramentas estão sendo implantadas para o monitoramento rápido.

Durante seu discurso, num evento da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), em São Paulo, Carla citou algumas dificuldades. "Há descolamento de trabalhadores rurais para a cidade que se vacinaram 20 anos atrás e o serviço não tem como comprovar. Em algumas situações as pessoas mentem, dizem que não foram vacinadas para tomar mais doses que as duas recomendadas", pondera. Áreas de fronteiras, por exemplo, são zonas de difícil vacinação. Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, Paraguai, Bolívia e Peru estão sem vacina e as pessoas estão procurando no Brasil. 

Reprodução: Correio Brasiliense