O Tribunal de Contas dos Municípios denunciou, em sessão realizada nesta quarta-feira (15), ao Ministério Público Federal (MPF) e Estadual (MPE) o ex-prefeito de Caatiba, Joaquim Mendes de Souza Júnior. O TCM quer que seja apurada a possível prática de ato de improbidade administrativa na contratação da CooperaLogis – Cooperativa de Administração e Apoio Logístico, nos exercícios de 2015 e 2016.
O conselheiro José Alfredo Dias, relator do processo, também multou o gestor em R$10 mil e determinou a restituição aos cofres municipais do montante de R$656.305,66, com recursos pessoais, que representa o valor pago em conta de terceiro para desviar recursos municipais, sob a alegação de pagamento do contrato celebrado entre a Prefeitura e a Cooperativa.
A CooperaLogis foi contratada para a prestação de serviço de logística e apoio técnico às secretarias municipais de Educação, de Administração e de Infraestrutura. Todavia, os pagamentos por tais serviços teriam sido feitos em nome de Thiago Lemos Luz, que não figura no quadro de sócios e administradores da cooperativa, em clara afronta às normas legais e regimentais que determinam que os pagamentos devem ser efetuados mediante cheques nominativos, ordem bancária ou transferência eletrônica em favor do contratado prestador do serviço.
O procedimento adotado, além de implicar na irregularidade do pagamento e, com isto, deixar descoberto a efetiva quitação das obrigações da Administração Municipal, pode representar mecanismo de desvio de recursos públicos, o que deverá ser apurado em sede de inquérito e eventual ação penal específicos a cargo do Ministério Público.
A relatoria ressaltou que, segundo fartas notícias divulgadas na imprensa, o prefeito denunciado e a respectiva vice-prefeita, Maria Tânia Ribeiro Sousa, foram afastados dos cargos em decisão judicial proferida em ação de improbidade administrativa por fraude em licitações e desvio de verbas públicas destinadas à educação municipal pela Justiça Federal de Vitória da Conquista a pedido do Ministério Público Federal, como consequência da Operação Mato Cerrado, deflagrada em conjunto com a Polícia Federal, Receita Federal e Controladoria-Geral da União.
A referida decisão determinou também o afastamento de Thiago Lemos Cardoso Luz do cargo de Secretário de Administração do Município de Ribeirão do Largo, dada a sua participação nas irregularidades ali constatadas.
Cabe recurso da decisão.
Reprodução: Bocão News