A maioria dos professores da rede estadual de ensino presentes na assembleia convocada pela APP-Sindicato decidiu pelo fim da greve na rede estadual, iniciada em 25 de abril. No momento da votação, o coro de "Eu tô na Luta" foi mantido. Cerca de 60% dos professores votaram pelo fim da paralisação.
Foram 46 dias corridos de greve e 29 dias letivos não dados. No início do ano, uma primeira mobilização já havia paralisado as atividades por quase um mês. A mobilização com representantes de todo o estado ocorreu em um estádio de futebol de Curitiba. Antes da votação, seis professores favoráveis ao fim da greve e seis professores contrários tiveram três minutos cada para defender seu ponto de vista.Os professores que defendem o fim da greve acreditam que o debate continuará dentro das escolas e que a decisão da maioria dos núcleos sindicais deve ser respeitada. Dos 29 núcleos, 24 defendem a retomada das atividades.
Entre os núcleos que defendiam a continuidade da greve estão o de Foz do Iguaçu e Londrina. Eles acreditam que há vários problemas na proposta do governo e reforçam que os professores não podem aceitar retirada de direitos.
Compromissos
Também foram repassados aos professores os compromissos assumidos pelo governo do estado com os professores diante do fim da greve. Ficou definido as que as faltas de maio e junho não serão lançadas. Aqueles que já tiveram descontadas faltas em abril terão o valor reposto e as faltas não constarão no histórico do professor, o que poderia prejudicar a progressão na carreira. Também houve o compromisso de que os PSSs (professores temporários) não serão demitidos.
Diretores
Durante a greve os diretores foram pressionados a repassar relatórios de faltas dos professores e alguns, se negando a fazer isso, chegaram a colocar o cargo à disposição. Os Núcleos Regionais de Educação ameaçaram abrir processos administrativos contra todos os diretores que não repassaram estes relatórios. Na negociação houve o compromisso da Seed de não abrir processos contra os diretores. Os diretores que colocaram o carga à disposição também poderão apresentar um documento para se manter no cargo e poderão retornar.
Reposição
A reposição só será negociada a partir de agora, mas a APP defende que sejam definidas diretrizes gerais para a construção do calendário, para que os trabalhadores não saiam prejudicados. Eles também defendem que os professores que não aderiram à greve e ficaram nas escolas sem os alunos também participem da reposição, para que os alunos não sejam prejudicados em conteúdo.
Proposta
A última proposta apresentada pelo Governo prevê aumento de 3,45% em uma única parcela no mês de outubro e outros 8,5% em janeiro. A reposição da inflação de 2016 será feita em janeiro de 2017. Inicialmente o governo havia proposto aumento de 5%, parcelado em duas vezes. Os servidores públicos pedem que ao menos a inflação do período – 8,17% – seja repassada este ano. O reajuste deve ser apreciado pela Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) ainda hoje (9).
Recursos da Previdência
A greve foi iniciada quando a Alep aprovou mudanças na previdência do Estado, possibilitando que o governo deixasse de repassar R$ 125 milhões por mês para a previdência. O compromisso da APP é questionar a aprovação no Supremo Tribunal Federal, tentando a anulação da sessão.
Foto: Reprodução/