O Ministério Público Federal (MPF) informou, nesta terça-feira (8), que denunciou o pedreiro Dinai Alves Gomes, de 35 anos, pelo assassinato de três brasileiras em Portugal. De acordo com a assessoria do órgão, ele deve responder por triplo feminicídio, tripla ocultação de cadáver, além de roubo.
Segundo a denúncia, Thayane Milla Mendes Dias, de 21 anos, que morava no Espírito Santo, e as irmãs de Campanário (MG) Lidiana Neves Santana, de 16, e Michele Santana Ferreira, de 28, foram mortas em fevereiro do ano passado, na localidade de Tires, no distrito de Cascais, em Portugal. Conforme o MPF, o pedreiro, embora tivesse uma companheira no Brasil, mantinha um relacionamento com Michele.
Em setembro do ano passado, ele foi detido pela Polícia Federal (PF), na obra em que trabalhava em Belo Horizonte. De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), Gomes segue preso em uma unidade da Região Metropolitana. Segundo a PF, em depoimento prestado no passado, ele negou a autoria dos crimes.
Gomes morava em Portugal desde 2004 e trabalhava como encarregado do Canil e Gatil Quinta Monte dos Vendavais, em Tires. Já Michele se mudou para o país europeu em 2008. Segundo o MPF, o relacionamento do casal era conturbado e há relatos de testemunhas sobre uma ameaça de morte que teria sido feita pelo pedreiro caso a jovem engravidasse. Segundo a denúncia, há possibilidade de que a vítima estivesse grávida, devido a uma mensagem enviada à mãe relatando a suspeita da gravidez.
Conforme o Ministério Público Federal, desde 2015, as irmãs mineiras moravam na casa do pedreiro. Já a terceira vítima, que namorava Lidiana, mudou-se para Portugal dias antes do crime.
As investigações apontaram que, no início do ano passado, Gomes recebeu uma ligação da mulher, avisando que iria antecipar a ida dela do Brasil para Portugal. Segundo o MPF, então, ele teria decidido cometer o crime para que companheira não ficasse sabendo do relacionamento com Michele e da possível gravidez.
Os corpos das brasileiras foram escondidos em uma fossa séptica, que teria sido montada pelo pedreiro no canil. No fim de fevereiro, ele voltou para o Brasil, segundo o MPF.
Os cadáveres somente foram achados cerca de seis meses depois, em 26 de agosto de 2016, durante uma manutenção da fossa feita por um funcionário do canil.
De acordo com o Ministério Público Federal, as investigações ainda apontaram que Gomes seria o autor de um assalto sofrido por Michele em 2015, em que o celular dela foi levado. A mineira foi surpreendida pelas costas por um homem que a agrediu com socos e roubou telefone celular dela. O aparelho foi encontrado, durante as apurações da polícia, em uma prateleira da oficina do canil.
O MPF informou que a denúncia foi recebida pelo juízo da 11ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte. O G1 entrou em contato com a Justiça Federal e aguarda um posicionamento sobre o andamento da ação.
Reprodução/G1