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Mulheres de PMs e manifestantes contra a greve entram em conflito em Vitória

Mulheres de PMs e manifestantes contra a greve entram em conflito em Vitória

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Manifestantes contrários à paralisação dos policiais militares em Vitória, no Espírito Santo, e familiares de PMs que bloqueiam a saída dos agentes dos quartéis entraram em conflito na tarde desta terça-feira, em frente ao Quartel do Comando-Geral da PM capixaba. Agentes do Exército que foram reforçar o policiaimento nas ruas da Grande Vitória precisaram atuar para acabar com a briga. Desde sábado, dezenas de mulheres de policiais obstruem a saída de veículos do quartel.

Durante a tarde, um grupo de manifestantes contrários à paralisação da PM se postou do outro lado da rua e começou a dar gritos de ordem contra o movimento das mulheres, que tinham a seu lado alguns policias de folga. Por volta das 17h, os manifestantes tacaram fogo em pneus, interrompendo o trânsito na Avenida Maruípe, em Vitória.

Os dois lados se xingavam e o clima estava perto da briga física quando chegou o caminhão com cerca de dez homens do Exercito. Os militares dispersaram os manifestantes e liberaram a via, retirando os pneus queimados.

Agentes do Exército interrompem conflito entre manifestantes contra a greve de policiais e familiates de PMS – Pablo Jacob / Agência O Globo

Pouco depois de a Avenida Maruípe ser liberada, o clima voltou a ficar tenso quando manifestantes e parentes de PMs voltaram a se acusar. Os soldados do Exército usaram spray de pimenta para conter o tumulto.

O motorista Everaldo Nascimento disse ter sido ameaçado por um PM à paisana, que está junto das parentes de policiais acampadas em frente ao quartel. Entre os manifestantes contrários à paralisação, há o temor de que haja muitas armas com alguns PMs, que, de folga, acompanham o acampamento.

— Ele me mostrou a arma na cintura. Nossa manifestação é sem arma, o Exército tem que ficar virado para lá. Estamos sendo ameaçados — disse Nascimento.

Moradora do Morro dos Macacos, Adeilma dos Santos também criticou o movimento de mulheres de PMs:

— O povo está cansado. Já são mais de 70 mortos lá no DML (Departamento Médico Legal). É claro que os policiais também estão nesse movimento.

Do outro lado da rua, uma parente de PM, que pediu para não se identificar, reclamou que as críticas do secretário de Segurança, André Garcia, ao movimento iniciado no último sábado, jogaram a população contra as mulheres acampadas.

— Ele incitou o povo contra a gente. Até hoje a população estava nos apoiando. Agora estão aí querendo nos agredir — disse.

Até o começo da noite, a avenida seguia liberada ao trânsito, com soldados do Exército na rua, entre as duas faixas, e cada grupo ocupando uma calçada.

Reprodução: O Globo