Interior do caramanchão com imagens de Iemanjá: presente deste ano ficará pronto, garantem pescadores
Depois da condução do presidente da colônia de pescadores do Rio Vermelho, Marcos Antônio Chaves, conhecido como Branco, para prestar esclarecimentos à polícia sobre a contabilidade da entidade, uma comissão de pescadores foi formada para organizar a Festa de Iemanjá.
Pelo menos, dez integrantes da colônia estão com a responsabilidade dos preparativos para a 94ª edição do festejo dedicado à rainha do mar, no próximo dia 2 de fevereiro. Alguns deles são os pescadores conhecidos como Manteiga, Comprido, Azul, Vavá, Nilinho, Tomate, Chapada, Valtinho e Branquinho.
A comissão foi formada na última terça-feira, 24, após uma reunião com o delegado Artur Ferreira, da 7ª Delegacia Territorial, que investiga o caso de Branco. A Polícia Civil informou, via assessoria de comunicação, que não irá se pronunciar a respeito das investigações.
Um dos membros da comissão formada, o pescador aposentado Joaquim dos Santos, 80 anos, explicou que o delegado, com a participação de Branco, convocou uma reunião para que os membros da colônia chegassem a um consenso em relação à festa da próxima quinta, 2.
“O estatuto da colônia já determina a formação da comissão para a festa, mas, nos últimos anos, isso não acontecia. Este ano, estavam ocorrendo duas frentes de organização”, disse. “Havia o risco de serem confeccionados dois presentes, o que motivou a reunião com o delegado”, acrescentou.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que Branco não foi preso, mas que deverá ser ouvido “a qualquer momento”. A corporação sugeriu ao A TARDE ouvir o Ministério Público (MP-BA), cuja assessoria, até o fechamento desta edição, não havia localizado o promotor à frente da denúncia.
A TARDE também buscou falar com o presidente da Colônia Z-1, mas os telefones de Branco estavam desligados. Os aparelhos foram apreendidos pela polícia para investigar as denúncias.
Oferenda
Antes de ser conduzido à 7ª DT, no último dia 6, Branco já havia encomendado a confecção da oferenda de Iemanjá a uma mãe de santo, a qual os pescadores não souberam informar o nome. Seria a mesma religiosa responsável por preparar a oferenda de Oxum, que a tradição prevê ser depositada no Dique do Tororó.
No ano passado, em decisão unilateral, Branco substituiu a ialorixá Aíce Santos, que comandou o ritual por 24 anos, pela ialorixá Jacira Ferreira.
“É a minha preferência e quem decide tudo que acontece aqui sou eu”, declarou Branco, na ocasião, ao ser ouvido pela equipe de reportagem de A TARDE.
(AF)