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Paulo Gustavo fala do sucesso no cinema: 'Estou em êxtase'

Com 7,7 milhões de espectadores, a expectativa é de que 'Minha Mãe é uma Peça 2' alcance 9 milhões. Filme já é o terceiro nacional mais visto da história

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 src="Minha Mãe é uma Peça 2" entrou em cartaz no final de dezembro e não para de quebrar recordes. Desde o início do mês, Paulo Gustavo, de 38 anos, tem dado entrevistas tentando descrever a emoção de ver o longa, idealizado e protagonizado por ele, como o terceiro filme nacional mais visto da história.

Quando "Minha Mãe é uma Peça 2" alcançou os 5 milhões de espectadores, há duas semanas, ele brincou nas redes sociais: “Tô quase arrancando os cabelos!”. O que talvez não fizesse ideia é que ia precisar de muitas outras formas para continuar a agradecer sem soar repetitivo.

Dias depois, o longa atingiu a marca de 6 milhões. Na terça-feira, 24, o filme contabilizou 7 milhões e 741 mil espectadores. A expectativa é que alcance a marca de 9 milhões até sair de cartaz. Em entrevista ao EGO, ele entrega: “É difícil a ficha cair. Estou em êxtase dentro de casa. Até chorar no chuveiro, eu já chorei”.

Começo da carreira: 'Fui muito audacioso, podia ter levado um 'coió''
O primeiro filme, “Minha Mãe é uma Peça”, que sucedeu ao monólogo homônimo, já havia sido considerado um sucesso por contabilizar 4,6 milhões de espectadores. Olhando para trás, é difícil imaginar que quando o ator estreou a peça que deu origem ao filme, há 11 anos, estivesse inseguro e “desesperado”.

"'Minha Mãe é uma Peça' é realmente um trabalho megaespecial, que me traz muito orgulho. Dona Hermínia é uma personagem que começou tão pequenininha, na minha casa, em Niterói, escrevendo sozinho… Foi uma coisa que fiz porque estava querendo muito trabalhar com teatro. Estreei o monólogo com frio na barriga, quase morrendo, no teatro Cândido Mendes. Era um teatrinho com 80 lugares, uma semiarena, com todo mundo me olhando muito perto. E tinham muitos artistas no dia da estreia", relembra.

"Queria morrer, estava desesperado. Porque monólogo geralmente é um estilo de teatro que fazemos quando se tem 30 anos de carreira. Comecei com um monólogo. Fui muito audacioso, podia ter levado um 'coió' naquele dia”, completa ele, que viu a carreira deslanchar com a peça inspirada em sua própria mãe.

Público: 'Meus trabalhos são sempre para a família'
Em dois meses, o espetáculo já era sucesso e o resto é história. No ar no Multishow com a série “Vai que cola”, gravando outra série nova, “A Vila”, e se preparando para rodar um longa baseado em outro sucesso seu, o espetáculo “220 volts”, Paulo Gustavo credita tanto sucesso a um público amplo e cativo que o acompanha: a família.

“Estou muito agradecido aos meus amigos, família, minha mãe, meus fãs e a família brasileira, que sempre vai me prestigiar. Não tem segredo ou fórmula para o sucesso, mas meus trabalhos são sempre para a família. É algo natural meu, não é uma coisa programada. Gosto de fazer, me divirto fazendo o que faço, amo, tenho paixão pelo meu trabalho. ‘A Vila’ também é um programa para a família. Faço um palhaço, que o circo acabou e vai morar em uma vila onde tenta arrumar trabalhos como frila. Não tem como saber se vai ser mais um sucesso, mas a gente torce”, afirma.

O namoro com o público contrasta com as notas que volta e meia saem na imprensa afirmando que o ator se recusou a fazer foto com um fã, foi rude ou tomou alguma medida para evitar contato com os admiradores. O filho de "Dona Hermínia" nega veementemente que os boatos sejam verdadeiros, admite que tem momentos em que cansa tirar foto, mas diz que nunca mudaria de profissão por causa disso.

“Não canso de ser artista nunca porque acho que isso está na minha essência. Senão fosse ator seria bailarino, senão fosse bailarino seria cantor, ou pintor. E se você é muito famoso e está sendo assediado, significa que seu trabalho está dando certo. É claro que tem dia que a gente fica cansado, mas aí tenta relaxar, não ir para lugares muito lotados, porque cansa”, diz ele, que acredita que tudo ficou mais complicado pelo excesso do uso de smartphones.

Assédio
“Hoje em dia o telefone virou um vício muito grande. As pessoas me falavam: ‘Ah, você é ator, então tem que fazer foto o dia inteiro, é a sua profissão’. Só que não é verdade. Porque foto no celular é uma coisa que veio de Steve Jobs para cá e o teatro existe desde a Grécia. Quando queremos ser ator não tem um contrato dizendo que tem que tirar foto o dia inteiro, toda hora, como se a gente fosse boneco. Mas lido muito bem com isso", garante.

"Quando tem alguém que está passando do ponto, consigo esclarecer as coisas sem ser grosso com ninguém. Porque a gente tem a nossa vida pessoal. Às vezes é a última chamada do voo no aeroporto e chega alguém pedindo foto. Aí falo ‘agora não vou poder, beijo’. O último que pediu vai falar ‘achei ele metido, podia ter parado um segundo para fazer a foto’. Só que a pessoa não sabe que parei vários segundos com outras pessoas e se ficar com ele vai vir o outro e depois o outro que viu. O último que veio não sabe que ele também não é o último. A gente tem que conviver com isso, tentar equilibrar, explicar. O fã tem que entender e ele entende. Quem não entende não é fã”, pondera.

O ator diz também que não se magoa quando lê algo de negativo sobre si na imprensa. “A coisa da nota na internet, ‘Ah, Paulo Gustavo é antipático, é isso e aquilo’, isso não é verdade, então não me atrapalha em nada. Quando se faz sucesso, junto com os aplausos tem os tomates, não tem jeito, não dá para agradar todo mundo. Tem gente que fala muito bem de mim e tem gente que fala mal, que inventa. Hoje em dia na internet não tem como você acreditar nas coisas. Na verdade, acho que ninguém acredita. As pessoas veêm uma fofoca na internet e aí isso vira um assunto gostoso no almoço. Mas no fundo no fundo, todo mundo sabe que a verdade só quem sabe é a pessoa”, opina.

Fama de antipático
E completa: “Essa coisa que inventam de mim, que sou antipático… Pelo amor de Deus! Isso não tem o menor sentido. Falo com todo mundo o tempo todo. Há doze anos no teatro viajo o Brasil inteiro, já fiz 500 turnês, você pode perguntar para qualquer pessoa. Quando uma pessoa de blog inventa uma fofoca qualquer, tipo ‘Paulo Gustavo mandou botar uma grade não sei aonde, não encostou na pessoa e mandou ficar a um metro de distância’, quem acredita numa loucura dessas já é louco junto. Quando você faz um trabalho bem feito, é agradecido ao público, ama sua família de verdade mesmo e ama o que faz, não existe nota na internet que acabe com isso”.

No ar na TV, em cartaz no cinema, nos palcos e emendando um trabalho no outro, Paulo Gustavo diz que dá conta do recado e é tão acelerado que tem dificuldade para dormir. “Gosto de trabalhar, não é uma coisa desesperadora para mim. Trabalho muito durante a semana e fim de semana. Gravo todos os dias da semana, fim de semana faço peça, acordo cansado e quando dá 15h30 estou indo para o teatro de novo. Então você não pode tomar uma caipirinha e relaxar no fim de semana, mas tenho prazer nisso, eu gosto. Agora estou aprendendo a parar, pelo menos tirar dois meses de férias por ano ao invés de um. Antigamente não tirava nenhum”, conta ele, que já marcou férias em meados de fevereiro quando viaja para o Caribe, Miami e Nova York.

“Tenho dificuldade para dormir. Então, quando dá 23h, 0h, e vejo que não estou conseguindo, largo o celular, coloco o abajur do meu quarto em uma luz azul e vou tentando relaxar. Quando não dá, tomo as gotinhas que tem que tomar de um remédio natural. E, se não conseguir, sem preconceito! Pego um de tarja preta e está tudo certo”, conta, aos risos.

Reprodução: Ego