No sul do estado de São Paulo, policiais rodoviários apreenderam munição que abasteceria bandidos no Rio de Janeiro.
À beira da rodovia Régis Bittencourt, em Barra do Turvo, os policiais rodoviários desmontaram o painel de um carro. Uma grande quantidade de balas ocupava o lugar do air bag. Aí ele tirou outra tampa e encontrou mais balas.
O motorista disse que entregaria as 6.500 balas na Zona Sul do Rio de Janeiro.
No domingo (22), em Paraty, uma apreensão ainda maior: 15.800 balas para fuzis, pistolas e metralhadoras. Segundo a polícia, o casal preso entregaria tudo na Zona Norte do Rio.
Munição também vai de ônibus. Um cão treinado localizou 1.500 balas na bagagem de um passageiro que seguia de São Paulo para o Rio.
Em menos de dois meses, a polícia apreendeu mais de 25 mil balas.
Uma pistola e 50 balas. É o que em média cada policial tem à disposição para combater a violência nas ruas. O policial só recebe mais munição se disparar tiros durante uma ocorrência ou se ela atingir o prazo de validade. Sem levar em conta os vários tipos de munição, as 25 mil balas apreendidas em menos de dois meses, daria para manter o trabalho de 509 policiais.
Logo depois da Olimpíada, em setembro de 2016, outro carregamento com mais de seis mil balas foi descoberto na divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro.
As apreensões mostraram que armas e a munição saem do Paraguai. Os traficantes cruzam a Régis Bittencourt do Paraná até a Grande São Paulo e usam a Via Dutra e a Rio-Santos para chegar ao Rio de Janeiro.
“A força de fiscalização empregada é a mesma, os métodos de inteligência usados são os mesmos. Isso pode significar uma movimentação desses materiais em maior quantidade”, explica Ricardo de Paula, porta-voz da Polícia Rodoviária Federal – SP.
As balas que chegam no Rio de Janeiro são usadas contra a polícia e na guerra entre os próprios traficantes.
Reprodução: G1
