Brasil

Piloto do avião que caiu com Teori tentou pousar duas vezes antes do acidente

Aparelho da aeronave gravou conversa com outro piloto que voava na região de Paraty

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As gravações do aparelho de áudio encontrado no avião que caiu no mar em Paraty (RJ) na quinta-feira, carregando o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki e outras quatro pessoas, mostram que o piloto da aeronave fez duas tentativas de pouso no aeroporto da cidade antes da queda, segundo informou o "Jornal Hoje", da TV Globo. A gravação também mostra que não houve pânico dentro da aeronave antes da queda, e nenhum alarme sonoro foi ativado. Em outro trecho, o piloto Osmar Rodrigues diz que iria esperar a chuva passar para pousar, segundo informações do "Bom Dia Brasil". Em seguida, a gravação é interrompida. Como o aeroporto de Paraty não tem torre de controle, o aparelho registrou conversas com outros pilotos que voavam pela região. Apenas a voz do piloto estrá nítida na gravação. Outras vozes foram captadas ao fundo, mas estão inaudívies.

Na primeira tentativa de aterrissagem, o piloto disse "estou indo para o setor Eco". A interpretação dos investigadores é de que ele informou que estava indo para o leste ("eco" se refere a letra "e", de "east", leste em inglês).

Ao tentar pousar pela segunda vez, Osmar afirmou: "Tô na final". Ele não relatou nenhum problema na aeronave. Depois, só é possível ouvir o barulho do avião atingindo o mar.

O aparelho, chamado de CVR, registra os últimos 30 minutos do voo. Ele foi levado para o Laboratório de Análise e Leitura de Dados de Gravadores de Voo (Labdata), do entro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Gravador de voz da cabine do avião que caiu com o ministro do STF Teori Zavascki – Divulgação / Força Aérea

Além de Teori, a aeronave transportava mais quatro pessoas: o empresário Carlos Alberto Filgueiras, dono do Hotel Emiliano, a massoterapeuta Maira Lidiane Panas Helatczuk, de 23 anos, e a mãe dela, Maria Ilda Panas, de 55 anos, além do piloto.

Nesta segunda-feira juiz da 1ª Vara Federal de Angra dos Reis, Raffaele Felice Pirro, decretou o sigilo das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal sobre a queda do avião. Nesta terça-feira, o MPF e a PF vão ouvir testemunhas do acidente.

Parte dos investigadores que atua no caso do acidente em Paraty trabalhou nas apurações sobre a morte do ex-governador Eduardo Campos em um acidente aéreo em Santos (SP) em plena campanha presidencial de 2014. Na equipe da Polícia Federal que foi deslocada pelo caso há integrantes que atuaram no episódio de 2014, mas a composição não é exatamente a mesma.

Reprodução: O Globo