Moradores da comunidade de Pindobal, na zona rural de Feira de Santana, cidade a cerca de 100 quilômetros de Salvador, estão convivendo com a falta de água há cerca de quatro meses. Durante esse período, além de continuar recebendo a cobrança, a população também questiona um aumento no valor a ser pago.
Manoel Alves, agricultor da região, diz que desde setembro de 2016 a água da Embasa chega apenas uma vez por mês na residência onde ele vive. Para ter água nos demais dias, ele precisou cavar um poço artesiano a cerca de 500 metros do imóvel. De lá, a água é bombeada até chegar na caixa d’água do lavrador.
Ele também reclama que apesar da falta de água, a conta tem chegado regularmente na residência. “A taxa mínima é R$ 25. Eu pagava essa taxa antigamente, e agora que a água não está chegando eu estou pagando mais caro. Para você ver né?! Eu estou pagando pelo pecado dos outros”, desabafou o agricultor.
Como a falta de água tem atingido toda comunidade, vizinhos estão compartilhando o poço artesiano cavado por Manoel, mas ainda assim, algumas famílias precisam comprar água para suprir as necessidades. “O pouco que pode comprar, a gente compra, porque se não comprar, não acha. A gente compra água para tomar banho, para tudo”, contou outro morador da comunidade.
Um outro morador, Dilson Brito, contou que durante os quatro meses em que convive com o problema já faz algumas queixas para Embasa, mas que ouve sempre as mesmas respostas. “Dizem que vão resolver o problema e nunca resolvem. Disseram que iam mandar carro-pipa de água desde dezembro, a gente liga, liga, e até hoje espero”, denunciou.
saiba mais
Moradores de comunidade na BA dizem estar há quatro anos sem água
Com seca, moradores dividem água de beber de carros-pipa com animais
Sem água há 40 anos, moradores na BA fazem 'vaquinhas' para carros-pipa
Em nota, a Embasa informou que o fornecimento de água em Pindobal é feito de forma alternada com outras localidades da zona rural.
De acordo com a empresa, com o calor desta época do ano, o consumo aumenta em torno de 30%, o que provoca a redução na pressão da rede de abastecimento.
A Embasa disse ainda que instalou um novo equipamento para elevar a pressão na rede de abastecimento, mas depende do fornecimento de energia por parte da Coelba para que o equipamento funcione. O G1 tentou entrar em contato com a Coelba, mas as ligações não foram atendidas.
Em relação às cobranças pelo consumo de água durante os meses em que o abastecimento não funcionou, a Embasa informou que pode fazer o cancelamento das contas dos locais que ficaram mais de 20 dias sem abastecimento.
Reprodução/G1