A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) registrou a morte de uma segunda pessoa que estava com sintomas da doença misteriosa que provoca dor muscular intensa e deixa a urina preta.
De acordo com o órgão, a segunda vítima foi também um homem, que não teve nome e idade divulgados. O óbito ocorreu no sábado (7), em Salvador. A informação foi divulgada pela Sesab na tarde desta quarta-feira (11).
Vigilância Epidemiológica da Bahia abriu uma investigação para apurar se realmente a morte foi provocada pela doença. Os quadros investigados estão sendo tratados como "mialgia [dor] aguda a esclarecer", pois ainda não há informações sobre as causas da doença.
A primeira morte registrada como suspeitoa de ter sido em decorrência da doença foi também de um homem, em 31 de dezembro, no município de Vera Cruz, na região metropolitana de Salvador. A Vigilância Epidemiológica do Estado também apura se a morte foi provocada pela doença. Conforme a Sesab, além dos sintomas da mialgia, a vítima apresentava outros problemas de saúde, entre eles hipertensão.
Entre os dias 14 de dezembro de 2016 a 5 de janeiro de 2017, foram notificados 52 casos suspeitos da doença nos municípios de Salvador (50), Vera Cruz (1) e Lauro de Freitas (1), na região metropolitana da capital baiana.
Em relação ao último boletim divulgado, com registros até 30 dezembro de 2016, foram 22 novos casos registrados. Até 19 de dezembro do ano passado, eram 22. De acordo com a Sesab, a investigação quanto às causas da doença misteriosa está em andamento.
Pesquisas
As primeiras suspeitas eram de que peixes consumidos na região do Litoral Norte da Bahia estavam causando intoxicação. Amostras de pacientes analisadas no laboratório de virologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) indicaram vestígios do enterovírus e do parechovírus. A coordenação do laboratório espera ter um diagnóstico mais preciso até sexta-feira (13).
De acordo com as autoridades de saúde do estado e de Salvador, 44 pacientes foram examinados. Amostras de sangue, fezes e urina foram encaminhadas para laboratórios de Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. Amostras de peixe vão ser encaminhadas pelo Ministério da Saúde para os Estados Unidos.
"Nós trabalhamos com quatro hipóteses: contaminação por bactérias, por vírus, por metais pesados e por toxina. A nossa maior preocupação é o número de casos. Nós estamos hoje com 52 casos, e não temos uma resposta para dar à população, e isso nos traz uma grande angústia", explicou a superintendente de vigilância à saúde da Sesab, Ita Cácia Aguiar.
Segundo a Secretaria de Saúde de Salvador, exames feitos na água que abastece a capital descartaram contaminação. "A higiene pessoal, o cuidado com os alimentos e a busca por uma unidade de saúde nos primeiros sintomas é a recomendação que nós fazemos para a população neste momento", disse a coordenadora da vigilância epidemiológica de Salvador, Isabel Guimarães.
Reprodução: G1