A governadora de Roraima Suely Campos (PP) enviou nesta segunda-feira (9) um ofício ao presidente Michel Temer no qual pede o envio de 100 agentes da Força Nacional à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, onde mais de 30 presidiários foram assassinados na sexta-feira (6).
No ofício, o governo também pediu:
– Tranferências de oito presos chefes de facções criminosas;
– Envio de homens da Força de Intervenção Penitenciária Integrada, um grupo de agentes de todo o país que auxilia em ações nas unidades prisionais em casos de motim, rebelião, tumulto e revistas táticas;
– R$ 9 milhões para terminar uma penitenciária no Sul do estado e finalizar uma obra anexa à Cadeia de Boa Vista.
Ao fazer a solicitação, a governadora cita o número de 33 presos mortos no massacre. Até então, o governo não associava claramente os 31 mortos de sexta com os dois corpos achados enterrados na unidade no sábado (7)
Em seu pedido encaminhado a Temer e ao Ministério da Justiça em caráter de urgência, Suely diz que a integridade física dos presos que cumprem pena na presídio é "prioridade imediata", admitindo que o efetivo da Polícia Militar do estado não é suficiente para garantir a segurança na unidade.
Por fim, a governadora pede o envio de homens da Força de Intervenção Penitenciária Integrada ao estado (Fipe).
Caso o pedido seja acolhido, os agentes devem ficar no estado por 60 dias. "Esperamos que este pedido seja atendido", declarou o titular da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), Uziel Castro.
Há menos de 15 dias, o Ministério da Justiça liberou R$ 44 milhões para a construção de um presídio de segurança máxima no estado e o estado anunciou a construção dele. O dinheiro, segundo anúncio do estado, também seria aplicado para o aparelhamento do sistema prisional.
O G1 tentou contato com a assessoria do Ministério da Justiça para saber quando as tropas federais chegariam a Roraima, caso o pedido do governo estadual seja atendido
Primeiro pedido de ajuda
No dia 21 de novembro, a governadora do estado Suely Campos (PP) pediu envio de homens da Força Nacional para reforçar em reforçar a segurança no sistema prisional de Roraima. A solicitação foi feita pouco mais de um mês depois do confronto entre presos ter deixado 10 mortos na unidade.
O pedido da governadora foi negado em dezembro de 2016 pelo ministro da Justiça Alexandre de Moraes. Na resposta, ele alegou que "apesar do reconhecimento da importância do pedido", "infelizmente" não poderia atendê-lo.
Massacre em presídio
Os mais de 30 assassinatos na Penitenciária Agrícola ocorreram por volta das 2h30 de sexta-feira. Não houve rebelião e nenhuma fuga foi registrada.
Em coletiva de imprensa, o secretário de Justiça e Cidadania Uziel Castro afirmou que os presos mortos não eram ligados a nenhuma facção criminosa. Ele disse que os corpos foram achados 'destroçados' e decapitados e atribuiu a autoria do massacre a detentos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Reprodução/G1