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Policial que atirou em criança na BR-070 não estava bêbado, diz polícia

Disparo ocorreu após confusão no trânsito; garoto está internado

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 src=O policial civil Silvio Moreira Rosa, de 53 anos, que atirou contra uma criança na BR-070, levava no carro latas de cerveja, mas não havia consumido bebidas alcoólicas antes da confusão em Cocalzinho de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Segundo a Polícia Civil, o exame clínico apontou que ele não estava embriagado. O menino de 6 anos está internado em estado grave em um hospital de Brasília.

“Apesar de ter latas de cerveja no porta-malas, ele não tinha bebido. Eles iam se divertir na cidade de Corumbá, estavam fazendo viagem. Eles falaram que ainda não tinham ingerido bebida alcoólica. Além disso, no exame clinico constou que ele não estava sob influência de álcool”, disse ao G1 o delegado que registrou o caso, Danilo Victor Nunes de Souza.

A polícia determinou a prisão em flagrante por tripla tentativa de homicídio qualificada por motivo fútil, pois Rosa também poderia ter atingido o pai e a mãe da criança, que estavam no carro. Ele é agente de custódia da Polícia Civil do DF.

“A partir do momento em que atira em um veiculo em movimento com três passageiros, ele assume o risco de  matar qualquer um deles. Classifico como motivo fútil porque não justifica  ele ter atirado por um mero desentendimento no trânsito”, opina o delegado.

Inicialmente, Rosa fugiu do local do crime. O policial foi encontrado em uma estrada de terra na zona rural. Junto com ele, estavam a namorada dele – que está grávida – e mais duas adolescentes, uma irmã e uma prima da mulher.

Ao ser detido, Rosa alegou aos policiais militares que disparou por acreditar que seria vítima de um assalto. O delegado classificou como "absurda" a versão do policial. Ele explicou que o disparo ocorreu após uma "fechada" entre os carros na rodovia.

"Essa questão do assalto é absurda. Ele perseguiu o pai da vítima e emparelhou o veículo antes do tiro. Quem está sendo assaltado não vai atrás do ladrão", disse.

De acordo com a delegado, a namorada de Rosa era a única passageira que estava acordada no momento da confusão. "Perguntei se ela viu o rapaz apontar arma ou proferir ameaça ou gesto. Ela disse que não", afirmou Souza. Ela e as demais ocupantes foram liberadas após prestar depoimento.

Policial preso
Rosa foi transferido de onde estava preso, no 1º Distrito Policial de Águas Lindas de Goiás, para a Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), em Goiânia. Segundo o delegado regional Fernando Augusto Lima Gama, como o caso aconteceu em Cocalzinho de Goiás, o policial deveria ficar preso na cidade. Porém, o município não tem presídio. Assim, geralmente, os detidos vão para a cadeia de Corumbá de Goiás, mas isso só pode ser determinado pelo Judiciário.

Enquanto o local em que Rosa ficará detido não é definido, ele deve ficar na DIH para que a segurança dele seja preservada. "As vagas em Corumbá de Goiás estão todas ocupadas. Vamos esperar o juiz definir na segunda-feira onde ele ficará. Na delegacia de Águas Lindas não tinha como ele ficar porque ali estão presas diversas pessoas e não tinha como garantir a segurança dele lá", explicou Gama ao G1.

A investigação do caso será encaminhada para a delegacia de Cocalzinho de Goiás.

Menino em estado grave
O menino foi ferido com um disparo nas costas, que perfurou a lataria do carro e o banco, além da cadeirinha, antes de atingi-lo. O delegado afirmou que testemunhas ouviram pelo menos mais dois tiros, que não acertaram a família ou o veículo.

Após o menino ser atingido, a família da vítima, que mora em Valparaíso de Goiás, o levou até uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Ele recebeu os primeiro socorros no Hospital Municipal Bom Jesus. Depois, foi encaminhado de helicóptero para o Hospital de Base do DF, de onde foi transferido na sexta-feira (7) para o Hospital Santa Helena.

De acordo com o último boletim médico divulgado pela unidade de saúde no domingo (8), o garoto encontra-se na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica em coma induzido e respirando com ajuda de aparelhos. Ela passou por uma cirurgia no tórax que durou sete horas, pois sofreu uma lesão cardíaca por projétil de arma de fogo.

Reprodução: G1