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Policiais federais são suspeitos de enviar bomba a advogado em Goiás

Polícia Civil diz que dois agentes apontados como autores foram presos

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 src=A Polícia Civil prendeu os dois policiais federais Ovídio e Valdinho Rodrigues Chaveiro, que são irmãos, suspeitos de enviar um pacote com uma bomba para o advogado Walmir Oliveira da Cunha, de 37 anos, em Goiânia, em junho deste ano. Segundo a corporação, além dos dois mandados de prisão temporária contra eles, também foram cumpridos nesta terça-feira (27) sete de busca e apreensão e três de condução coercitiva.

Além dos policiais detidos, um terceiro irmão deles também foi levado para a Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) por portar uma arma de fogo. O delegado responsável pelo caso, Valdemir Pereira da Silva, deve conceder uma entrevista coletiva nesta manhã, quando vai passar mais detalhes sobre as diligências que seguem em andamento.

As defesas dos suspeitos detidos ainda não foram localizadas para comentar o caso. O G1 também tenta contato com a assessoria de imprensa da Polícia Federal em Goiás, mas as ligações não foram atendidas até a publicação desta reportagem.

O atentado aconteceu no último dia 15 de julho, quando o Walmir recebeu um pacote de uma bebida em seu escritório, mas o conteúdo explodiu assim que foi aberto. Um segurança que trabalhava em um estabelecimento próximo ao local socorreu o advogado. A vítima perdeu três dedos e quebrou o pé por causa da explosão.

Câmeras de segurança flagraram a movimentação de um homem que entregou o pacote para um motoboy, que o levou até o advogado. Segundo o delegado, o motoboy não tinha consciência do atentado e foi por meio do depoimento dele que a corporação chegou até o local e às imagens.

“O motoboy é inocente. Cabe dizer que a pessoa que entregou esta bomba ao motociclista usou de vários disfarces, colocou propositadamente uma tala no braço direito. Tudo indica que ele colocou isso para disfarce. Em outros momentos, quando ele percebia a câmera de vigilância ele abaixava a cabeça”, disse.

Silva já havia informado sobre a suspeita de que um policial estivesse envolvido no atentado. “Pelo estágio da investigação, percebe-se que o crime foi muito bem planejado, praticado por um profissional, e tudo indica que há um policial envolvido nesta trama criminosa”, afirmou.

O delegado ressaltou o alto poder de destruição da bomba enviada ao advogado. “A intenção da pessoa que encaminhou o artefato explosivo era matar o advogado. Esta bomba tinha poder para isso, só não o matou porque o advogado, ao ouvir o barulho, ele tirou a bomba de perto do seu peito, e foi nesse momento, em que ela estava distante, é que houve a explosão”, revelou.

Os responsáveis pelo atentado devem responder por tentativa de homicídio qualificado, por crime de explosão e também por crime de dano contra o escritório da advocacia, que ficou destruído.

Reprodução: G1