O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, esteve na Câmara na manhã desta terça-feira e disse que não "há constrangimento" em se reunir com parlamentares citados nas delações dentro da operação Lava-Jato, como o próprio presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Janot disse que fez uma "visita de cortesia" a Rodrigo Maia, para mostrar o "respeito do Ministério Público" ao Poder Legislativo. Na prática, há uma verdadeira guerra entre o Ministério Público e o Legislativo, em especial com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), denunciado na Lava-Jato. Janot disse que é importante manter o "diálogo" com o Legislativo em 2017 também. Ele disse que é preciso aguardar a volta dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal (STF) para a abertura dos inquéritos envolvendo as delações da Odebrecht.
O procurador-geral não quis responder se vai acabar com o sigilo dos depoimentos ou se as delações da Odebrecht eram ainda mais importante que todo o material da Lava-Jato.
— Uma visita de cortesia, para manter o diálogo aberto com o Parlamento, demonstrar o respeito do Ministério Público ao Parlamento, à Casa legislativa. Que esse diálogo seja mantido no ano de 2017. Nenhum constrangimento — disse Janot.
O encontro foi no gabinete da Presidência da Câmara.
Reprodução: O Globo