A pedido do Ministério Público da Bahia, foi realizada no domingo (11) a reconstituição do acidente que matou dois irmãos, em outubro de 2013, no bairro de Ondina, em Salvador. A simulação foi realizada pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) e envolveu também professores da Universidade da Bahia (UFBA), que colaboraram para buscar elementos que ajudassem a concluir o caso. Não foi defino um prazo para que o laudo seja divulgado pelo DPT. A suspeita de ter ocasionado o acidente, a médica Kátia Vargas, não participou da reconstituição, que interditou o trânsito na Av. Oceânica, das 7h às 18h40 do domingo. Com o bloqueio, a pista marginal da avenida ficou engarrafada, e muitos curiosos se aproximaram para acompanhar o procedimento técnico.
Ao todo, foram 16 peritos técnicos, que ouviram cinco testemunhas no local onde o acindente aconteceu. O advogado da família das vítimas e um promotor de justiça também estiveram presentes durante a reconstituição. Já a defesa da médica foi representada por dois advogados e um perito particular.
Os veículos, uma moto e um carro, utilizados durante a reconstituição foram idênticos aos que estavam envolvidos no acidente. Peritos dirigiram os automóveis, repetindo diversas vezes a rota que teria sido feita pela médica. Aparelhos de GPS foram colocados nos veículos, e as informações serão utilizadas para elucidar o caso.
A análise dos resultados vai ser feita por professores de engenharia de agrimensura e análise cartográfica da UFBA. "Vai dar como resultado o posicionamento preciso e o deslocamento de alta precisão dos veículoso", explicou Arthur Brandão, professor da UFBA.
A partir dos dados colhidos no domingo, será possível determinar a velocidade do carro e da moto no momento da batida. "É um cálculo físico, então isso é científico, você pode fazer para determinar a velocidade de corpos. Há mais ou menos um ano foi feito isso, no acidente do cantor Cristiano Araújo, onde também foi feita a estimativa da velocidade do carro", disse a também professora Suzana Rocha.
O promotor de justiça Davi Gallo acompanhou o procediomento e informou que a médica Kátia Vargas deve ir a juri popular até o ano que vem. "O Departamento de Polícia Técnica vai elaborar um laudo, vai encaminhar para a justiça, e vai ficar a critério da juíza marcar o júri, mas creio eu que no mais tardar aconteça em abril ou maio", disse.
Durante a reconstituição, amigos e parentes das vítimas estiveram presentes com camisas e cartazes que pediam por justiça e prestavam homenagens aos irmãos.
Caso
O acidente aconteceu no dia 11 de outubro de 2013, quando a médica Kátia Vargas bateu com o carro na moto pilotada por Emanuel, de 21 anos. Na garupa do veículo estava a irmã, Emanuelle, de 22 anos. Com o choque, os irmãos bateram em um poste, e ambos morreram no momento do acidente.
A médica foi presa acusada de homicídio triplamente qualificado. Em 2014 o Tribunal de Justiça da Bahia decidiu que a acusada fosse levada a júri popular. A defesa recorreu até a última instância, mas o Supremo Tribunal Federal negou o pedido. Em 2015, Kátia teve a prisão preventiva revogada, e agora ela cumpre medidas cautelares, como não poder sair de Salvador sem autorização da justiça.
Reprodução: G1 BA/ (Foto:
Ramon Ferraz / TV Bahia)
