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Justiça do Rio manda bloquear bens de Eduardo Paes por obra olímpica

Dívida é de aproximadamente R$ 2,4 milhões. Prefeito deverá pagar R$ 181 mil. Paes diz que prefeitura cobrou dívida de R$ 3,365 milhões.

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Campo de golfe começou a ser construído em 2012, sob grande polêmica. (Foto: Renato Sette Camara / Prefeitura do Rio / Divulgação)

Justistiça do Rio decretou, nesta sexta-feira (9), o bloqueio dos bens de Eduardo Paes. O prefeito do Rio está sendo acusado de improbidade administrativa na construção do Campo de Golfe Olímpico da Barra da Tijuca, feito para os Jogos 2016. Segundo a decisão, a prefeitura teria deixado de cobrar uma dívida de licença ambiental, no valor de R$ 1,8 milhão. A decisão determina que Paes e a construtora Fiori Empreendimentos tenham seus ativos leiloados para pagar a dívida. O valor de bens bloqueados de Paes é de R$ 181 mil.

Em nota, a prefeitura afirmou que vai recorrer da decisão, e que a construção do campo de golfe representou ganho ambiental à região. Ele ainda apresentou documentos que mostrariam que a Fiori não efetuou o pagamento do Documento de Arrecadação de Receitas Municipais (Darm). Paes alega que em 9 de novembro, um mês antes da ação ajuizada pelo MP, a Secretaria de Meio Ambiente já havia enviado ofício à Procuradoria Geral do Município solicitando a cobrança dos valores atualizados e acrescidos de juros de mora, o que resultaria em um valor de R$ 3,365 milhões.

Prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que vai recorrer e que prefeitura pediu pagamento de dívida de R$ 3,365 milhões (Foto: Raul Zito/G1)

Paes disse ainda que sua ida a Nova York é de conhecimento público, já que recebeu um convite da Columbia University. Além disso, ele também foi convidado para ser consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). De acordo com a nota, a volta de Paes ao Brasil já tem data prevista, uma vez que o prefeito anunciou seu interesse em concorrer ao governo estadual em 2018.

No início do mês de março de 2015, o Ministério Público Estadual do Rio (MP-RJ) instaurou um inquérito para apurar se o prefeito Eduardo Paes teria cometido ato de improbidade administrativa no acordo feito com a Fiori Empreendimentos para construir o campo de golfe, permitindo que o grupo privado obtivesse vantagens “excessivas” e “injustificadas”, deixando de pagar R$ 1,8 milhão de licença ambiental.

Na decisão, o juiz Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves determina o bloqueio de bens de Paes e da construtora, "determinando a penhora on line dos ativos financeiros de ambos, ressalvadas as verbas de natureza salarial", como aponta um trecho do texto. 

Segundo ele, a dívida, de 2013, chega a R$ 2,39 milhões. "A presente ação de improbidade vem instruída com prova documental consistente no procedimento administrativo de licença ambiental onde foi dispensado o pagamento da taxa devida pelo particular, contra todas as recomendações da Secretaria de Meio Ambiente, através de expediente de exceção onde o Município do Rio de Janeiro arcou com o pagamento da contrapartida financeira devida. A fórmula mágica encontrada para afastar o pagamento constitui claro ato de improbidade administrativa que causou evidente dano ao erário municipal. ", diz outro trecho da decisão.

Manifestantes protestam contra construção do Campo de Golfe em 2015 (Foto: Henrique Coelho/G1)

Reprodução/G1