A força-tarefa da Operação Lava-Jato afirmou na manhã desta quarta-feira que, ontem, foram encontradas cerca de 100 joias na casa da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo. Ela foi presa na tarde de ontem, 19 dias após o marido, o ex-governador Sérgio Cabral. Uma perícia avaliará o valor e a autenticidade das peças. De acordo com os procuradores, ainda pode haver joias escondidas, o que configuraria ocultação de bens, e esse seria um dos motivos para as prisões.
Cabral e Adriana Ancelmo compraram 460 joias sem notas fiscais de apenas uma grife
– Com joias se consegue guardar dinheiro de forma mais fácil. A expectativa é que ainda existem joias escondidas, ocultadas até hoje. Para nós fica claro que a ocultação de bens, ainda pode estar ocorrendo. Esse é um dos motivos da prisão preventiva dos acusados – declarou o procurador José Augusto Vagos.
A declaração foi dada em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira sobre o oferecimento de denúncia contra o ex-governador Sérgio Cabral, a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo e mais 11 aliados no âmbito da Lava-Jato. Na denúncia, o MPF acusa os réus de usarem obras do governo do Estado para cometer corrupção e lavagem de dinheiro desde 2007. O grupo seria liderado por Cabral, e teria desviado pelo menos R$ 224 milhões.
As obras envolvidas seriam a urbanização em Manguinhos (PAC Favelas), a construção do Arco Metropolitano, e a reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014. Haveria, ainda, outras, que não foram incluídas na denúncia pois não tiveram "apuração completa".
Reprodução: O Globo