Brasil

PM pede desculpas a Arquidiocese do Rio por invasão da Igreja São José

A reunião aconteceu no Palácio São Joaquim, residência oficial do arcebispo do Rio de Janeiro. Comandante da PM afirmou que decisão tática foi tomada 'no calor da situação'

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 src=Em um café da manhã realizado na manhã desta quarta-feira (7), o comandante-geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Cel. Wolney Dias, pediu desculpas ao arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Dom Orani Tempesta pela entrada de policiais na Igreja de São José, uma das mais antigas da cidade, para usar as janelas da construção para atirar balas de borracha em manifestantes durante o protesto que acabou em confronto em várias ruas do Centro.

“O motivo principal da minha vinda aqui hoje é para formalizar um pedido de desculpas da Polícia Militar, como seu representante que sou, relativo ao episódio de ontem. Consideramos lamentável que um templo sagrado tenha sido, como mostrou as imagens, em um primeiro momento, invadido. Logicamente que foi uma decisão tática, tomada no calor da situação, na qual policiais estavam sob risco, sendo alvejados por pedras, fogos e bombas. Naquele momento se tomou uma decisão, que estamos apurando e ouvindo os policiais envolvidos. Mas o episódio, por si só, é lamentável", destacou o Cel. Wolney Dias.

Participaram da reunião o arcebispo do Rio, cardeal Dom Orani Tempesta;o bispo auxiliar do Rio, Dom Luiz Henrique o provedor da irmandade da Igreja do Glorioso Patriarca São José, Gary Bon-Ali, e o comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Cel. Wolney Dias. A reunião aconteceu no Palácio São Joaquim, residência oficial do arcebispo do Rio de Janeiro.

As desculpas foram aceitas pelo arcebispo do Rio, que reiterou que o templo não deveria ter sido usado em uma atividade fora de suas funções.

“O comandante Wolney chegou aqui para dizer da sua dor em relação ao que aconteceu ontem e lamentando que a polícia militar vai fazer uma nota reconhecendo que não devia ter acontecido essa presença na Igreja, a utilizando para atacar os manifestantes e, ao mesmo tempo, fazer parte de um protocolo para que isso não aconteça mais", explicou Dom Orani Tempesta.

Tumulto e invasão
Todo o tumulto começou por volta das 13h de terça, quando, segundo a PM, um grupo de manifestantes tentou invadir a Casa por uma das laterais do prédio. O conflito se formou e bombas foram lançadas tanto em direção aos manifestantes, quanto no sentido dos policiais. Excessos foram denunciados por ambos os lados. A polícia divulgou em uma rede social fotos de pessoas fazendo uso de rojões que foram disparados na direção dos militares.

Entre as ruas Erasmo Braga e a rua São José, manifestantes e policiais entraram em confronto. De um lado um grupo de manifestantes usava um lança rojão contra os PMs que revidavam com lançamento de bombas.

Um grupo de PMs teve que se abrigar dentro da igreja de São José, que fica ao lado da Assembleia Legislativa. Em nota, a Polícia Militar informou que o confronto começou após tentativa de invasão da Alerj.

Ao menos 50 bombas foram arremessadas pela polícia. Ativistas responderam com pedras e morteiros. O spray de pimenta chegou até no plenário. Nas ruas próximas, o comércio foi fechado e havia relatos de cheiro de gás dentro dos restaurantes.

No interior do Palácio Tiradentes o clima era tenso e era possível ouvir o barulho das bombas do lado de fora. Os deputados temiam que a Casa fosse invadida pelo grupo. Por causa do forte cheiro das bombas que entravam no plenário da Alerj, assessores usaram máscaras na sessão plenária. O deputado Pedro Fernandes (PMDB) foi parar na enfermaria após passa mal com o spray de pimenta na Alerj.

Pelo menos 30 pessoas – entre servidores, policiais e deputados – foram atendidas no Centro Médico da Casa. A maioria passou mal por conta da fumaça das bombas e das reações alérgicas provocadas pelos sprays de pimenta.

Reprodução: G1