A força das tempestades, dos raios e dos trovões é feminina. Vem de Bárbara, que, antes de se tornar Santa, foi uma jovem que enfrentou o pai e a morte para não renunciar à fé em Deus, no século III. A força vem também de Iansã, mãe e guerreira por natureza, deusa do Rio Níger, um dos maiores da África.
Não seria exagero dizer que vem também das mulheres que foram, ontem, ao Largo do Pelourinho, celebrar o poder dessas duas rainhas. Só que, embora as moças fossem maioria visível, não foram as únicas: milhares de devotos participaram da festa, que abre o calendário de eventos populares de Salvador.
Santa Bárbara e Iansã dividem a data devido ao sincretismo religioso: no Brasil colonial, quando o candomblé era proibido no país, os negros da África cultuavam os orixás sob a forma dos santos católicos.
(Correio) (AF)