Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (30), a Força-Tarefa da Lava-Jato ameaçou renunciar e interromper os trabalhos na operação se o Senado também aprovar o pacote anticorrupção votado na madrugada pela Câmara.
“Nossa proposta é de renunciar coletivamente”, frisou Carlos Fernando dos Santos Lima, citando também uma possível sanção da lei pelo presidente Michel Temer como um fato que os faria reagir de forma radical.
O procurador da República, Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, também criticou o novo projeto anticorrupção aprovado durante a madrugada de quarta-feira, que sofreu várias mudanças. "A Câmara sinalizou o começou do fim da Lava Jato", afirmou Deltan. "Não será possível trabalhar na Lava Jato se a lei da intimidação for aprovada."
Marcha a ré
Mais cedo, um nota divulgada Procuradoria-Geral da República criticou a ação da Câmara, que aprovou o pacote de medidas com uma série de alterações, algumas voltadas ao controle do Judiciário.
"O resultado da votação do PL 4850/2016, ontem, colocou o país em marcha a ré no combate à corrupção. O Plenário da Câmara dos Deputados desperdiçou uma chance histórica de promover um salto qualitativo no processo civilizatório da sociedade brasileira", diz a nota, assinada por Rodrigo Janot, procurador-Geral da República e presidente do Conselho Nacional do Ministério Público.
Fonte: Correio Brasiliense