Bahia

Busto de Mãe Gilda é reinaugurado após ser alvo de vandalismo

Entrega da reforma integrou ações do Novembro Negro na capital baiana.

NULL
NULL

O busto de Mãe Gilda, localizado no Parque do Abaeté, no bairro de Itapuã, em Salvador, foi entregue nesta segunda-feira (28) após passar por reforma. O monumento foi alvo de vandalismo em maio deste ano, e a entrega da reforma da estrutura integrou as ações do Novembro Negro na capital baiana.

Busto de Mãe Gilda é reinaugurado após ser alvo de vandalismo em Salvador (Foto: Elói Corrêa/GOVBA)(Foto: Elói Corrêa/GOVBA)

Lideranças de movimentos sociais e representantes da sociedade civil e do poder público participaram do ato de entrega do busto, símbolo de luta contra a intolerância religiosa.

A reinauguração do monumento contou com a presenã de Mãe Jaciara dos Santos, filha biológica de Mãe Gilda e atual ialorixá do Abassá de Ogum.

“Esse é um marco da nossa luta. Falar de Mãe Gilda e revitalizar o busto não é apenas celebração, é uma maneira de dizer não ao racismo e à intolerância religiosa, que, de maneira velada ou não, têm crescido”, afirmou.

A yalorixá Gildásia dos Santos, a Mãe Gilda, se tornou símbolo de resistência pela afirmação das religiões de matriz africana, após ter o terreiro (Ilê Axé Abassá de Ogum, em Salvador) invadido e depredado por representantes de outra religião. Mãe Gilda morreu em 21 de janeiro de 2000.

(Foto: Elói Corrêa/GOVBA)

O número de casos de intolerância religiosa registrados em 2016 na Bahia pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Discriminação (GEDHDIS), do Ministério Público Estadual (MPE-BA), aumentou 300% em relação ao ano anterior. Segundo o MPE-BA, foram computados 13 casos em 2015, enquanto neste ano já foram registrados 56 casos.

O Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, também registra casos do tipo e divulgou um balanço. Conforme o centro, em 2016, foram 169 casos de violação de direitos, sendo 117 de racismo e 52 de intolerância religiosa.

Vinculado à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (Sepromi), o centro oferece apoio psicológico, jurídico e social a vítimas de racismo e intolerância religiosa na Bahia. O local também possui uma biblioteca especializada em relações raciais e realiza atividades formativas com o público interno e segmentos variados da sociedade civil.

G1 BA