Devem ser apresentados nos próximos dias os pedidos de impeachment contra Michel Temer, que, segundo seu ex-ministro Marcelo Calero, tentou pressioná-lo a cometer um ato de corrupção, para favorecer interesses pessoais do também ex-ministro Geddel Vieira Lima. Ontem, em entrevista ao Fantástico, Calero disse que Temer e seus ministros lhe propuseram uma "chicana" jurídica para favorecer Geddel
Um dos pedidos, com apoio de movimentos sociais, como, CUT, MTST, UNE e Central dos Movimentos Populares, deve ser apresentado pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ). “Se Geddel saiu do cargo sob a acusação de tráfico de influência e advocacia administrativa, Temer também que sair. Os dois são alvos da mesma acusação”, disse Lindbergh. “A entrevista que o presidente deu foi um tiro no pé. Reforçou a gravidade das denúncias e a fragilidade do governo”, afirmou o senador.
Temer disse na entrevista ter "arbitrado conflitos", quando, na realidade, não havia conflito algum – apenas a pressão ilegítima de um ministro corrupto (Geddel) sobre um ministro honesto (Calero). A esse respeito, leia entrevista do ex-ministro da AGU, José Eduardo Cardozo. "Pelos fatos narrados até aqui, não havia nenhuma discussão jurídica, o que houve foi uma pressão hierárquica para que interesses pessoais de determinado ministro fossem atendidos", disse ele (leia aqui).
“Queremos Diretas Já. Quem apoiou esse governo para resolver as crises política e econômica quebrou a cara. A crise não acabou”, disse Lindbergh.
Um outro pedido de impeachment deve ser apresentado pelo deputado Ivan Valente (Psol-SP). "Temer constrangeu e ameaçou um funcionário subordinado, o que prova que estava arbitrando em favor de Geddel", disse ele.
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