O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, não resistiu ao tiroteio político e decidiu entregar o cargo na manhã desta sexta-feira (25/11). Geddel foi acusado de pressionar o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero para que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) autorizasse a construção de um residencial em uma área nobre tomada em Salvador.
Calero pediu demissão na semana passada por conta do episódio afirmando que Geddel teria ameaçado levar o caso ao presidente Michel Temer caso não fosse atendido. Em depoimento à Polícia Federal (PF), Calero também afirmou – em versão confirmada por Temer -, ter conversado sobre o caso com o presidente da República.
Em nota oficial divulgada quinta (24/11), Temer confirmou que se reuniu com Calero para buscar "arbitrar divergências entre os ministros". O caso chegou à Procuradoria Geral da República (PGR) que analisava a possibilidade de abrir um inquérito contra Geddel por "advocacia administrativa" – que se trata de utilizar cargos públicos para tratar de interesses privados.
Geddel é o primeiro ministro do núcleo palaciano a deixar o governo Temer, mas o sexto a cair em pouco mais de seis meses. Antes dele, já haviam saído do governo, o próprio Calero, Romero Jucá, do Planejamento, e Fábio Medina, da Advocacia-geral da União (AGU).
O Planalto espera assim, estancar a crise política, mas fica em posição delicada, pois Geddel era o responsável por negociar com o Congresso a votação de matérias importantes como a PEC do teto de gastos, que ainda precisa ser votada no Senado.
Fonte: Correio Brasiliense