Política

Geddel não tem condições de continuar ministro, diz deputada petista

Maria del Carmen quer audiência pública com os principais envolvidos com o 'La Vue'

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 src=“Licença para construção é de competência municipal. Se o alvará para uma obra de grande impacto paisagístico como esta foi liberado pela Secretaria Municipal de Urbanismo, a prefeitura precisa se explicar. Se Geddel cometeu crime de prevaricação para se beneficiar, também precisa se explicar e inclusive ser afastado do cargo, não tem condições de continuar sendo ministro”, comentou a deputada estadual Maria del Carmen ao afirmar que, como presidente da Comissão Especial de Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa da Bahia, vai realizar audiência pública e convidar a construtora Cosbat Empreendimentos, o  Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Associação de Amigos e Moradores do bairro (Amabarra), a prefeitura municipal, e o Instituto dos Arquitetos da Bahia (IAB), para tratar do tema.

Principal articulador político do Governo Temer, Geddel Vieira Lima (PMDB-Ba), está sendo acusado por Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura, de pressioná-lo para favorecer a interesses pessoais. Segundo ele, sua demissão  foi motivado por pressões que sofreu para revogar um parecer da justiça contrário ao La Vue, um espigão de 30 andares que está sendo construído na Ladeira da Barra, em Salvador, onde Geddel seria dono de uma das unidades, avaliadas em mais de R$ 2,6 milhões.

Engenheira por formação e membro do Conselho Estadual das Cidades, Maria del Carmen também observou que “quando os acadêmicos, movimentos sociais, profissionais da área de urbanismo, assim como eu, se posicionaram contrários à forma como o novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de Salvador foi concebido pela atual gestão municipal, foi para evitar que situações como estas acontecessem. A liberação do La Vue abre precedentes para que outros espigões com impactos semelhantes possam ser construídos na cidade. Qual o impacto, inclusive, que isso pode causar nas vizinhanças?”

A construção, que chegou a ser suspensa por uma liminar judicial, é questionada pela Amabarra e pelo IAB, que acusa a Prefeitura de Salvador de ter liberado irregularmente a obra, de 107 metros de altura, o que seria proibido, por exceder a altura permitida para não provocar o sombreamento na Praia do Porto da Barra e ferir a paisagem da Ladeira, onde existem monumentos tombados pelo Iphan. Na região, os edifícios têm em média 40 metros de altura, por restrições do gabarito.

Reprodução: Bocão News