O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, afirmou na quarta-feira (16) à noite que está determinado a levar ao Congresso o novo acordo de paz com as Farc para implementá-lo o mais rápido possível. Ele admitiu ter aprendido uma lição com o resultado do plebiscito, que disse "não" ao acordo.
"Estou determinado a manter esta paz, levar o acordo ao Congresso e fazer com com que o acordo seja implementado o mais rápido possível. Deixarei para o meu sucessor um país em paz"", afirmou Santos em Washington. O vencedor do Prêmio Nobel da Paz tem mandato até 2018.
Ao receber o prêmio de Liderança para as Américas do Diálogo Interamericano, um centro de análises, o presidente refletiu sobre o processo de paz colombiano e a rejeição, em um plebiscito no dia 2 de outubro, do primeiro acordo com a guerrilha assinado em 26 de setembro.
"Em 2 de outubro coloquei o acordo que havíamos assinado com as Farc depois de seis anos de negociações em votação (…). Não estava obrigado, mas acreditei que era o correto", disse o colombiano na cerimônia de gala no hotel Four Seasons da capital americana.
"Aprendi minha lição. Nunca esquecerei, estava em choque. Nunca imaginei que iríamos perder", afirmou, o que provocou gargalhadas.
O resultado apertado do plebiscito dividiu o país, mas, destacou o presidente, a conjuntura poderia ser uma "bênção escondida" para ampliar a base de apoio a um acordo para acabar com mais de meio século de conflito armado na Colômbia.
Os representantes do governo e da guerrilha começaram a negociar o novo acordo em Cuba, sede das conversações iniciadas em 2012, e no sábado (12) anunciaram um novo pacto, após a análise e revisão de das propostas de setores que fizeram campanha pelo "Não" no plebiscito.
Os opositores criticam principalmente o que consideram "impunidade total" para os guerrilheiros responsáveis por crimes atrozes, assim como a possibilidade de que entrem para o cenário político. "Acredito que é um acordo muito melhor", declarou Santos.
O presidente colombiano está nos Estados Unidos para realizar exames médicos depois de receber resultados considerados fora dos padrões para testes de controle após um câncer de próstata do qual foi operado em 2012.
Reprodução: G1