Estudantes de ensino médio do Distrito Federal fizeram um "cordão humano" para impedir a entrada e a saída de pessoas no prédio principal do Senado, em Brasília, na manhã desta terça-feira (9). Eles protestam contra a Proposta de Emenda à Constituição 55 (antiga PEC 241), que estabelece um teto para os gastos públicos dos próximos 20 anos.
No início da manhã, os alunos tentaram entrar no prédio para acompanhar a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o texto está sendo analisado. Impedidos pela Polícia Legislativa, os manifestantes continuaram do lado de fora e tentaram barrar o trânsito de pessoas e veículos.
Segundo alunos que estavam no local, os policiais utilizaram spray de pimenta para dispersar o grupo e garantir a circulação. OG1 entrou em contato com o Senado e com a Polícia Militar – acionada para reforçar a segurança no local –, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Pauta polêmica
Na CCJ, a reunião foi conturbada. O relator da PEC, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), apresentou parecer rejeitando todas as emendas sugeridas pelos outros senadores. Até as 15h, o relatório ainda não tinha sido votado.
Ao todo, 59 emendas foram apresentadas. Segundo Eunício, todas acabariam mudando o teor da proposta original. "Ao contrário de interpretações equivocadas que alardeiam que vamos tirar recursos da educação e da saúde. Isso não é verdade, não vamos tirar um centavo da saúde e da educação”, afirmou.
Durante a sessão, um curto-circuito nos equipamentos de som da CCJ interrompeu por cerca de 15 minutos a leitura do voto em separado do senador Roberto Requião (PMDB-PR), opositor da PEC. As atitivdades foram suspensas temporariamente e transferidas para outra sala.
No início da tarde, a comissão mista que analisa a reforma do ensino médio se reuniu no Senado. O texto, enviado sob a forma de uma Medida Provisória, também gera oposições do movimento estudantil e de sindicatos.
A audiência chegou a ser suspensa, pouco antes das 15h, após a manifestação de senadoras que cobravam a participação do movimento estudantil no encontro. A sessão foi retomada às 15h15, já com representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).