Um levantamento feito pela PM mostra que 3.087 policiais militares foram mortos de 1994 a 2015 no Estado do Rio. Segundo o chefe do Estado-Maior do Comando de Policiamento Especializado, coronel Fábio Cajueiro, em termos percentuais, o número de mortos na corporação é maior que o de baixas nas Forças Armadas dos Estados Unidos em qualquer guerra de que o país participou, incluindo a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais.
— Nestes 22 anos, 90 mil homens serviram na PM e morreram 3.087, uma taxa de 3,43%. Na Primeira Guerra Mundial, a taxa de mortalidade dos militares americanos foi de 2,46%. Ou seja, é muito mais perigoso ser policial no Rio do que fazer parte do Exército americano — diz Cajueiro.
MORTES NA HORA DA FOLGA
Segundo a deputada estadual Marta Rocha (PDT), ex-chefe da Polícia Civil, os agentes morrem mais quando estão de folga do que em serviço. Foi o caso do policial civil Alexandre Corrêa, morto anteontem em São Cristóvão.
— Quando o policial está de folga e presencia um crime, ou é vítima, ele precisa intervir, não pode fingir que não vê. Isso está na natureza dele, na sua vocação. Ele não é policial apenas no momento em que está na delegacia ou no batalhão. Além disso, se ele deixar de intervir e alguém o identificar como policial, com certeza ele vai ser cobrado — disse a deputada.
Para a delegada Marta Rocha, é preciso que o governo do estado faça um estudo mais aprofundado sobre o que provoca a morte de tantos policiais nas ruas do Rio:
— Falta um estudo real para demarcar dias, horários e locais dessas mortes, para que seja feito um mapeamento, uma análise mais completa sobre o que está atingindo esses homens. É preciso conhecer melhor esse fenômeno. Apenas assim, será possível tomar medidas eficazes para resolver o problema.
Reprodução: O Globo