Brasil

Dólar bate R$ 3,20, após PIB dos EUA alimentar expectativa de juros maiores

Na véspera, moeda dos EUA subiu 0,42%, vendida a R$ 3,1555.

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Resultado de imagem para DólarO dólar opera em alta nesta sexta-feira (28) e chegou a bater R$ 3,20, após alta do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, o que pode dar suporte para aumento da taxa de juros no país em dezembro. O mercado se antecipa ainda à formação da Ptax de final de mês, segundo a Reuters.

Às 15h59, a moeda norte-americana subia 1,48%, vendida a R$ 3,2023. Veja a cotação do dólar hoje.

Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h09, alta de 0,21%, a R$ 3,1622
Às 9h29, alta de 0,47%, a R$ 3,1705
Às 9h49, alta de 0,79%, a R$ 3,1807
Às 10h09, alta de 1,15%, a R$ 3,192
Às 10h40, alta de 0,83%, a R$ 3,1963
Às 11h29, alta de 0,83%, a R$ 3,1818
Às 11h49, alta de 0,69%, a R$ 3,1773
Às 12h39, alta de 0,72%, a R$ 3,1785
Às 13h19, alta de 0,72%, a R$ 3,1993
Às 13h59, alta de 0,88%, a R$ 3,1833
Às 15h49, alta de 1,39%, a R$ 3,1995

Cenário externo
O PIB dos EUA cresceu a uma taxa anual de 2,9%, após expansão de 1,4% no segundo trimestre. Essa foi a taxa de crescimento mais forte desde o terceiro trimestre de 2014, segundo a Reuters.

"O dólar deu uma puxada logo após a divulgação dos números, mas depois se acomodou com uma alta um pouco menor", comentou um operador da mesa de câmbio de uma corretora nacional.

Logo após a abertura dos números, os juros futuros dos Estados Unidos passaram a precificar chances de 83% de o Fed (banco central dos EUA) elevar a taxa de juros na reunião de 13 e 14 de dezembro, acima das apostas de 78% na véspera, de acordo com o programa FedWatch do CME Group.

Juros mais altos nos EUA têm potencial para atrair recursos hoje aplicados em outros mercados, como o brasileiro, e fazer a moeda norte-americana subir por aqui.

O mercado também já começava a se posicionar para o encontro do Fed na próxima semana, para o qual não se espera mudança na atual política de juros, e para as eleições presidenciais de 8 de novembro nos Estados Unidos. Ambos os eventos podem deixar os investidores mais na defensiva nas próximas sessões.

Repatriação de recursos
A alta do dólar nesta sessão também vinha com a briga pela formação da Ptax –taxa mensal que serve de referência para diversos contratos cambiais– no final do mês e a avaliação de alguns profissionais de que o fluxo de regularização de recursos de brasileiros no exterior estaria se esgotando.

Nos últimos dias, o câmbio vinha sendo pressionado pela expectativa de maior ingresso de fluxo de recursos do exterior. O prazo para regularização dos recursos termina na próxima segunda-feira (31).

Segundo a Receita Federal, até as 17h de quinta-feira (27), a arrecadação com imposto e multa no âmbito da regularização de ativos no exterior havia chegado a R$ 45,78 bilhões.

A expectativa de fortes entradas de recursos com a repatriação favoreceria, em tese, a desvalorização da moeda em relação ao real. Isso porque, com mais dólares no mercado, o preço tende a cair.

"Na minha avaliação, acredito que o principal fluxo da repatriação já aconteceu", comentou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado, à Reuters.

O dólar subiu nos dois últimos pregões e terminou a véspera cotado a R$ 3,1555, depois de bater em R$ 3,1065 na terça-feira, acumulando em duas sessões valorização de 1,58%.

Na parcial do mês, o dólar acumula queda de 3% ante o real. No ano, o recuo é de 20%.

Atuação do BC
Outra pressão de alta sobre o dólar também vem do fato de o Banco Central ter anunciado que deixará de anular integralmente os swaps tradicionais –equivalente à venda futura de dólares–, com vencimento em 1º de novembro. Hoje, esse estoque está em US$ 2,96 bilhões, segundo o BC. Com essa modalidade de leilão, o BC busca controlar fortes altas da moeda norte-americana.

Entenda: swap cambial, leilão de linha e venda direta de dólares

O BC vendeu nesta manhã o lote integral de 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de moeda. Com essa modalidade de leilão, o BC busca controlar fortes quedas do dólar.

Reprodução/G1