Parentes e amigos começaram a se despedir do ex-jogador e capitão da Seleção na Copa de 1970, Carlos Alberto Torres. Após quase duas horas de atraso, o carro da funerária que transportou o corpo chegou à sede da CBF por volta de 22h30. A primeira hora no auditório da entidade foi destinada para amigos e familiares próximos. Em seguida, imprensa e fãs, que chegaram aos poucos, também tiveram a entrada liberada. O início do velório estava marcado para as 20h, mas o veículo que levaria o caixão até o hospital quebrou e precisou ser substituído. Assim, o corpo de Torres só deixou o hospital no Recreio dos Bandeirantes às 21h25. Os ex-jogadores Petkovic, Gonçalves, Leandro Ávila e Bebeto marcaram presença, assim como Edu (irmão de Zico), Ricardo Rocha, Edinho, Mauro Galvão e Roberto Dinamite, entre outros….
A demora na chegada do carro condutor deixou a família impaciente. A indicação foi do próprio hospital. Carlos Alberto Torres faleceu nesta terça-feira vítima de um enfarte. Ele estava em casa fazendo palavras cruzadas quando se sentiu mal. O ex-jogador foi levado para o hospital pela esposa. Os médicos tentaram reanimá-lo por 30 minutos, mas ele não resistiu.
Alexandre Torres, o filho de Carlos Alberto, falou com a imprensa e humanizou a imagem do Capita, conhecido pela maioria das pessoas apenas pelo que fez em campo. O ex-defensor de Fluminense e Vasco fez questão de ressaltar o outro lado do pai.
A história do jogador, do capitão, está eternizada. A saudade vai ser como chefe de família, pai, avô, bisavô. Tinha grande coração, era amigo das pessoas, gostava de reunir os amigos. Da carreira dele não tem mais o que falar, já está na história. Meu pai jogou em várias equipes do país, mas era uma figura nacional. Sobre homenagens, não pensei nisso. Como filho, não é minha preocupação. Precisa partir das pessoas.
Presente no velório, Mauro Galvão conta que teve a honra de conhecer o Capita fora do campo.
– Exemplo muito grande em todos os setores onde passou. Perda grande, vamos sentir falta e era garoto e pude ver o feito de 70. É uma mistura de lembrança bonita da conquista. Ficou marcado. Conheci fora do campo pelo Torres. Jogamos juntos no Vasco. Um cara tranquilo e preparado. Era um lateral que fazia gols, marcava bem e depois jogou muito bem de zagueiro também, tamanha era sua qualidade – disse.
Roberto Dinamite foi outro que apareceu na sede da CBF para prestar sua homenagem ao eterno capitão da seleção brasileira.
Grande líder e capitão. Não só do Brasil, mas do futebol, por onde passou. Respeito, exemplo, capitão de uma seleção que só tinha craques. É a vida, está descansando e vamos ficar aqui lembrando desse grande atleta e homem. Peguei ele no final da carreira, jogando contra, convivi com o filho. Nos encontrávamos. Sempre com diplomacia e pela linha de conduta dele era uma pessoa que unia e tinha liderança sem ter que gritar muito – disse o ex-presidente do Vasco.
Durante toda a tarde, dezenas de coroas de flores chegaram até o local. O velório segue até meia-noite no auditório da CBF e voltará a ser aberto ao público e amigos na quarta-feira, das 6h às 9h. O enterro está marcado para às 11h, no cemitério de Irajá, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Reprodução: G1