Política

Rui Costa sinaliza que pode não concorrer à reeleição

O petista disse que, apesar de candidato natural, a montagem do xadrez ainda está longe da conclusão

NULL
NULL

 src=Apontado por líderes da base aliada como protagonista na chapa majoritária do PT para 2018, o governador Rui Costa sinalizou a interlocutores próximos a probabilidade de não concorrer a outro mandato. Em conversas recentes com integrantes do núcleo-duro do Palácio de Ondina, o petista disse que, apesar de candidato natural, a montagem do xadrez ainda está longe da conclusão, que levará em conta quatro variáveis: o comportamento dos partidos governistas, o cenário político nacional, a popularidade dos nomes com musculatura para disputar a sucessão e o desejo pessoal de permanecer no cargo por mais quatro anos. Desde que assumiu, Rui sempre colocou os próprios projetos   eleitorais em segundo plano nas agendas interna e externa. Ao mesmo tempo, nunca deu certeza sobre sua presença no páreo. O que abre espaço para especulações sobre uma hipotética troca de lugares com o ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner. Algo inicialmente descartado pelo alto escalão do governo, mas já considerado nos cálculos feitos por cardeais ligados ao PT e à oposição.

Ponte da amizade
Antes de partir amanhã em viagem para Paris, onde vai buscar negócios para o estado junto aos produtores de chocolate e empresários do setor de turismo, Rui Costa dedicou o começo da semana a ajudar o candidato do PT a prefeito de Vitória da Conquista, o deputado estadual Zé Raimundo. Ontem, o governador foi à cidade inaugurar um conjunto de obras que somam R$ 40 milhões em investimentos. O desembarque em Conquista é parte da estratégia para tentar impedir a vitória do radialista Herzem Gusmão (PMDB) no terceiro maior  município baiano, reduto controlado pelos petistas desde o início dos anos 1990.

Fuga de votos
Um dos principais clãs políticos da região situada entre a Linha Verde e a divisa com Sergipe, a família Madeirol ainda tenta se recuperar da perda de poder nas três cidades onde mantinha forte influência. Mulher do empresário e ex-prefeito de Conde Paulo Madeirol, Marly Leal (PSD) foi derrotada por Dudu Vieira (PMDB) com metade dos votos do rival e deixará o comando do município no fim do ano. Em Entre Rios, Júnior Madeirol (PSD) levou a pior no duelo contra Elizio Simões (PDT). Por fim, o prefeito de Esplanada, Rodrigo de Dedé (PTN), candidato apoiado pela família, naufragou diante do vereador Franco de Aldemir (PRB). Agora, os Madeirol vão concentrar esforços para reverter a debandada de eleitores.

Aspa
"Por tradição das casas legislativas, o próximo presidente da Casa deve ser do partido com a maior bancada. No caso, o DEM", Léo Prates, vereador democrata e pré-candidato à presidência da Câmara Municipal, sobre a disputa pelo cargo com outro partido da base da prefeitura

Pulo de cerca
A oposição na Assembleia Legislativa acredita que, até o fim do mês, pode conseguir a adesão de pelo menos quatro deputados governistas ao pedido de criação da CPI do Centro de Convenções. Dos 21  parlamentares que compõem a bancada da minoria, Vando (PSC) é a única incógnita. Com 20 assinaturas já garantidas, será  preciso só mais uma para formalizar o requerimento. Os apoios que faltam, aposta-se, devem vir do PP, PSD ou PTN.

Alvo duplo
Em menos de 48 horas, o PCdoB virou vidraça para rivais e parceiros. A primeira pedra foi atirada pelo prefeito ACM Neto (DEM). Em entrevista à Veja desta semana, o democrata classifica a legenda comunista como “apêndice do PT”. Ontem, o arremesso partiu de Rui Costa. Ao jornalista Luis Nassif, o petista atribuiu parte da derrota em Salvador à escolha da deputada Alice Portugal como candidata do PCdoB. Para Rui, faltou a Alice discutir a cidade.

Fonte: Correio 24 Horas