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Policiais civis de Pernambuco entram em greve a partir de meia-noite desta sexta

A decisão foi tomada em assembleia, depois de uma manifestação que percorreu as ruas da zona central do Recife e acabou no Palácio do Campo das Princesas,

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Policiais civis de Pernambuco entram em greve a partir de 0h desta sexta-feira (21) por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia realizada na tarde de hoje (20), depois de uma manifestação que percorreu as ruas da zona central do Recife e acabou no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo do estado.

Os agentes – cerca de 4 mil, segundo o Sinpol – decidiram manter, em delegacias de plantão,  30% do efetivo trabalhando, percentual mínimo definido por lei, e vão para a rua somente no caso de flagrantes.

A greve é motivada por um impasse na implementação de mudanças no Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), de acordo com o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol/PE). O presidente da entidade, Áureo Cisneiros, afirma que o prazo para que o governo respondesse quando seria adotado a nova estrutura acabou no início de outubro.

Os policiais estavam em estado de greve desde o dia 11 deste mês. Desde fevereiro,  a categoria e o estado vêm negociando as mudanças no PCCV. Em maio, a nova proposta foi aprovada em assembleia pelos policiais.

Eles reivindicam ainda melhores condições de trabalho. "Faltam coletes à prova de balas, efetivo, viaturas, gasolina para diligências e até mesmo papel para imprimir os boletins de ocorrência da população. Além disso, em Pernambuco, os policiais civis recebem o pior salário do país entre a classe", diz a nota divulgada pelo sindicato.

Hoje, antes da decretação da greve, foi realizada uma reunião de representantes do sindicato com membros da Secretaria de Administração de Pernambuco, mas não houve acordo. Segundo o presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, a proposta apresentada não trazia avanços concretos, e não havia definição de prazo para atender a reivindicação da categoria.

No entano, em nota divulgada à imprensa, o governo estadual afirma que  apresentou um prazo de término da construção da nova estrutura de carreira para o dia 10 de novembro.

Governo entra na Justiça

Na nota divulgada à imprensa, o governo estadual argumenta que se mantém "aberto ao diálogo", mas anunciou que já ingressou com pedido na Justiça para a decretação de ilegalidade da greve.

O governo acusa o movimento grevista de ter um propósito "político-eleitoral", por ter sido "deflagrado a pouco mais de uma semana do segundo turno das eleições municipais". "Só isso explica o Sinpol colocar na mesa de negociação uma proposta irreal de reajuste salarial de 300% de aumento, quando a população convive com a mais dura crise financeira da história do Brasil, com um crescente aumento do desemprego e redução da massa salarial".

Segundo o governo de Penambuco, o reajuste custaria aos cofres públicos R$ 40 milhões mensais. Já o Sinpol afirma que o impacto seria de no máximo 50% de aumento, e rebateu a crítica sobre a suposta origem eleitoreira do movimento. "Agora todo policial tem o mesmo partido? Quatro mil policiais foram para a rua porque estão insatisfeitos", diz o presidente da entidade.

Delegados parados

Nesta quinta-feira também houve uma paralisação de 24 horas dos delegados de Polícia Civil em Pernambuco, que denunciam condições precárias se trabalho e pedem a reformulação do Plano de Cargos e Carreiras.

A decisão foi tomada em assembleia realizada na terça-feira (18), diante de um chamado do governo para realizar uma reunião com a categoria nesta sexta. Com o resultado do encontro, os delegados voltam a definir os rumos da mobilização na próxima terça-feira (25).

No fim de agosto, 217 delegados já haviam anunciado que deixariam de participar do Programa de Jornada Extra da Segurança Pública. O PJES permite a realização de plantões extras dos trabalhadores para atender em delegacias do interior, já que o efetivo atual não é suficiente para cobrir todo o estado. A adesão era voluntária.

Agencia Brasil