A polícia suspeita que os supostos ataques com seringa registrados em Salvador podem não ter sido praticados pela mesma pessoa. A delegada Ana Virgínia Paim, responsável pela investigação na 3ª Delegacia (Bonfim), onde três casos foram registrados, disse que não existem elementos suficientes que liguem os casos.
Segundo ela, as características passadas pelas vítimas são diferentes, o que dificulta o trabalho da polícia. A última vítima foi uma menina de 12 anos que disse que foi espetada quando caminhava com uma amiga na rua Aníbal da Silva Garcia, no Areal. Ela relatou que foi furada por um homem negro, baixo e de porte atlético. Ele teria corrido após a agressão.
As características são diferentes da descrição feita pelo motorista de ônibus Edson do Santos Melo, que disse ter sido espetado no pescoço por um passageiro enquanto dirigia na Ribeira, no dia 18 de setembro. Ele afirmou, em depoimento, que o suspeito é pardo, de estatura mediana e cabelos pretos.
As outras duas pessoas que procuraram a polícia, um soldado do Exército e uma operadora de telemarketing, não souberam descrever o agressor. O rapaz disse que foi atacado na avenida Joana Angélica, no Centro da cidade. Já a mulher foi furada quando estava na Ribeira.
O delegado Adaílton Adam, titular da 1ª Delegacia (Barris), que investiga o caso do soldado, disse que não há confirmação que ele foi alvo de um suposto maníaco da seringa. "Ainda não sabemos se ele realmente foi furado com uma seringa. Sabemos que foi com um objeto perfurocortante. Ele não viu o suspeito nem o que estava na mão dele", disse.
Segundo ele, o soldado passou por exames preliminares e nenhuma doença infectocontagiosa foi detectada. Para ele, ainda é prematura afirmar que exista um "maníaco da seringa" e que o soldado tenha sido vítima. "Ainda estamos investigando. Pode ter sido qualquer coisa. Uma lesão corporal, uma tentativa de homicídio. Ainda não sabemos. Ao longo das investigações, tudo pode mudar", avaliou o delegado.
Nenhum suspeito foi identificado e não há registro de novas vítimas, segunda a Polícia Civil
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