A Polícia Federal (PF) está realizando, nesta segunda-feira (10), uma operação contra crimes eleitorais em Arapiraca, no Agreste de Alagoas. Ao todo, quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos. A suspeita é que os crimes cometidos sejam de compra de votos.
Segundo André Costa, delegado da PF, os mandados foram cumpridos durante a manhã, sendo dois deles em sedes de empresas, outro na casa do diretor de uma dessas empresas, e o outro em um posto de gasolina.
"Foi encontrado realmente material que confirma mais uma vez a materialidade do crime de compra de votos, o crime de transporte ilegal de eleitores, e também a formação de uma organização criminosa voltada para a compra de votos", disse o delegado.
Os policiais conseguiram apreender uma lista com nome de eleitores e cópias de títulos eleitorais em nome de terceiros. "É bastante material para a gente analisar agora e dar continuidade à investigação que está apenas no início. Então agora passaremos à fase de ouvir pessoas, testemunhas, eleitores e também investigados", ressaltou o delegado.
A ação, denominada Pinote, é um desmembramento da operação que aconteceu no dia dois de outubro, primeiro turno das Eleições 2016.
Na ocasião, a PF apreendeu R$ 9,5 mil e material de campanha dentro de um veículo que estava abandonado em um posto de combustíveis no bairro Eldorado, naquele município.
Além do dinheiro e do material de uma coligação que estavam dentro do veículo, os policiais encontraram materiais de campanha, como 'santinhos', de outros dois candidatos dentro do banheiro do posto. No local também havia recibos e vales para abastecimento.
Segundo a PF, o que despertou a atenção da equipe de investigadores foi uma grande movimentação de motoqueiros abastecendo sem dinheiro no posto.
No local, havia uma caminhonete Fiat, de cor branca, abandonada. A equipe da PF chamou um chaveiro que abriu o veículo, onde estava a grande quantidade de dinheiro e o material de campanha.
Ninguém foi encontrado no local. A PF comunicou que vai encaminhar o material para a sede do órgão, em Maceió, e também vai investigar quem estava conduzindo o veículo e se estava a mando de pessoas vinculadas aos candidatos.
"Em decorrência dessas apreensões realizadas no dia das Eleições, nós pedimos autorização ao Tribunal Regional Eleitoral para iniciar uma investigação criminal e também representamos por buscas e apreensões", conclui o delegado.
Ainda segundo André Costa, a pena para este tipo de crime varia de 7 a 18 anos.
Reprodução/G1