Dados de órgãos especializados em segurança pública mostram o aumento da violência nos grandes centros urbanos de todo o País, fazendo a população buscar por novas formas de proteção, como a blindagem automotiva. Em Salvador, a procura pelo segmento aumentou 50% no primeiro trimestre de 2016 com relação ao ano interior, afirmam empresas especializadas. Estima-se que as ruas da cidade recebam uma média de 25 novos blindados por mês no primeiro trimestre, ocupando as primeiras colocações no ranking nacional do segmento.
Para blindadores da cidade, a crescente procura por esse tipo de proteção é reflexo do aumento na violência em toda Bahia. Segundo o último levantamento da Secretaria de Segurança Pública, somente em Salvador o número de homicídios cresceu 6% no primeiro trimestre de 2016, chegando a 356 mortes. No último relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, realizado em outubro de 2015, Salvador elevou em 4% o número de roubos de veículos entre 2013 e 2014. “A procura pelo segmento no primeiro trimestre deste ano foi muito superior ao mesmo período de 2015, praticamente o dobro”, afirma João Ricardo Araújo, sócio-diretor da SBI Blindagens, empresa com cinco anos de mercado e cerca de 500 veículos já blindados em seu pátio.
Como reflexo dos altos índices de violência contabilizado pelos órgãos de segurança pública, Salvador e região metropolitana aparecem em 14º lugar no ranking de cidades mais violentas do mundo, divulgado anualmente pela ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal, que leva em conta o número de homicídios por 100 mil habitantes e inclui apenas cidades com 300 mil habitantes ou mais.
“Nos últimos três anos, a blindagem veicular aumentou muito na cidade. Mesmo com a crise econômica, Salvador fechou 2015 com uma média de 150 novos carros com esse tipo de proteção”, explica o empresário, que prevê ainda um aumento maior nas vendas até o fim do ano. “Muitas família estão abrindo mão de outros confortos para blindar seus veículos pela sensação de insegurança e o aumento da violência na capital. Em muitos casos, escolhem um veículo de valor menor para poder blindá-lo”, reforça João.
Para ele, além da violência, a profissionalização cada vez maior do mercado, que investiu em qualificação de mão de obra, dá mais confiança a quem procura proteção. “A estrutura melhorou tanto na capacidade técnica das empresas, quanto na qualidade dos funcionários que instalam os produtos”, explica.
Também houve uma mudança no público que procura o serviço, com uma diversificação maior do perfil do consumidor. “Grandes empresários ainda são nossos maiores clientes, mas a classe média está abrindo mão de trocar de veículo pra investir em blindagem. O público feminino também tem aumentado bastante”, coloca.
Fonte: Analitica
