Política

Presidente do PT, Rui Falcão quer Lula no comando do partido

Rui Falcão afirmou em entrevista que o partido sofreu uma "derrota de grandes proporções" nas eleições municipais

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José Cruz/Agência Brasil

Rui Falcão, presidente nacional do PT, afirmou em entrevista ao "Valor" que o partido sofreu uma "derrota de grandes proporções" nas eleições municipais e que é hora da sigla se reavaliar. Ele diz que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai liderar o processo de renovação do partido e avalia se assumirá a presidência do PT. 

"Lula está disposto a, em 2017, ajudar nesse processo de atualização programática, de fortalecimento das instâncias, dos diretórios", disse Falcão. "Tem uma pressão pra que ele seja [o presidente da sigla], até o momento ele não decidiu, mas é uma pessoa capaz de unificar o PT e liderar esse processo", afirmou o dirigente. "Com ele, é possível montar uma direção plural, com muito peso político, porque vai ter um centro de poder ali", completou.

Rui Falcão Comanda hoje, em Brasília, uma reunião da Executiva Nacional do PT, que analisará o resultado das eleições municipais e vai traçar a estratégia para  segundo turno. O partido ainda está na disputa por sete municípios, incluindo Recife (PE). Em comparação com as eleições de 2012, os petistas perderam  379 prefeituras e caíram para o 10º lugar no ranking de prefeitos.

"Falcão diz que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, é uma liderança que "tem que ser preservada", com o perfil de lideranças em que o partido deve investir. Cita, ainda, o governador do Piauí, Wellington Dias, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) – também cotado para a presidência da sigla – e o governador do Acre, Tião Viana. "É uma geração que precisa ser empoderada e pode dar contribuições futuras".

Com o ex-presidente Lula transformado em réu na Operação Lava-Jato, e lideranças da sigla implicadas na investigação, Falcão atribui o resultado do PT nas eleições a uma "campanha de cerco e aniquilamento" que o partido estaria sofrendo desde o julgamento do mensalão.

Ele cita "ações seletivas" às vésperas da eleição que contribuíram para o desgaste do partido, como as prisões do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega – depois revogada -, e do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci, que teve a prisão temporária convertida em preventiva três dias antes da votação. "Isso criou para o eleitorado uma marca negativa para o PT que se refletiu nas eleições", diz.

Reprodução/Brasil247