O céu mal havia clareado, e a estação Mato Alto do BRT Transoeste (Santa Cruz-Barra) já estava abarrotada. Passageiros se empurravam para tentar embarcar nos ônibus. Após a abertura da Linha 4 do metrô (Ipanema-Barra) para a população, repórteres do GLOBO usaram o BRT Transoeste para testar a integração entre os dois sistemas. E o que se viu é que, às vezes, ela pode se transformar numa aventura.
— Fico esperando por um ônibus que não esteja lotado e acabo perdendo tempo — disse o oceanógrafo Eduardo Lima, que mora próximo à estação Riomar e precisa ir diariamente ao Leblon. — Estou utilizando o BRT pela terceira vez. Ainda estou formando opinião para ver se vale pena deixar o carro na garagem.
O matemático Alan do Carmo Moreira, que mora no Recreio, afirmou que estava ansioso pela inauguração do metrô. Trabalhando em Copacabana, costumava perder cerca de duas horas de carro até o destino. Mesmo levando quase a metade do tempo indo de metrô, ele ainda não sabe se vai deixar o carro em casa:
— Apesar da melhora no tempo de deslocamento, acho o serviço do BRT ainda deficitário. Falta uma calibragem no serviço para oferecer mais ônibus em alguns momentos. Não acho que faltam ônibus, acho que são mal aproveitados. Tem dia que não consigo embarcar porque estão superlotados.
Desde que começou a valer a integração das tarifas entre o BRT e o metrô, utilizar os dois modais custa R$ 7. Sem esse benefício, a tarifa sobe para R$ 7,90. A estudante Mariah Duarte comemorou. Ela usa o transporte para ir à faculdade:
— O serviço do BRT tem muito o que melhorar. Para começar, diminuindo o valor da integração para atrair mais passageiros.
Quem usa o Transcarioca para ir à Barra também enfrenta superlotação. Por volta das 6h30m, na Praça Armando Cruz, em Madureira, lojas, lanchonetes e a banca de jornal já abriram as portas. E, nas catracas do Terminal Paulo da Portela, o entra e sai vai aumentando com o amanhecer. O início e o fim de cada fila se entrelaçam na plataforma.
Fonte: O Globo