O Rio de Janeiro voltou a apresentar a maior taxa de abstenção entre as capitais brasileiras numa eleição municipal. Em três eleições, as abstenções no Rio subiram 6 pontos percentuais.
Em 2008, o Rio já havia liderado o ranking entre as capitais com 20,5%. Agora a taxa chegou 24,28%. Em números absolutos, cerca de 1,1 milhão eleitores com domicílio no Rio deixaram de comparecer para votar.
Em todo país, a taxa de abstenção vem subindo desde 2008. Era 14,6%, passou para 16,4% na eleição de 2012 e agora chegou a 17,6%. Um aumento de 3 pontos percentuais. Em todos os municípios, foram mais de 25 milhões de brasileiros que deixaram de comparecer para votar para prefeito este ano.
Entre as capitais, 12 registraram taxas de abstenções acima da média em 2016. Outras 14 apresentam percentuais abaixo da média. Depois do Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo foram as capitais com os maiores percentuais de eleitores que não compareceram para votar.
Os percentuais de abstenções são afetados por problemas na atualização do total de eleitores aptos a votar. É caso caso de pessoas que já morreram ou mesmo que mudaram para outras cidades e não fizeram a transferência do domicílio eleitoral impactam esses percentuais. (alterne a seta entre 2012 e 2016 e confira as mudanças no ranking da abstenção nas capitais)
Se consideradas a somas das abstenções, votos brancos e nulos, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, seguidos de Aracaju e São Paulo apresentam os maiores percentuais de eleitores que deixaram de votar em um candidato a prefeito. Esses percentuais confirmam de alguma forma o que pesquisas eleitorais já apontavam antes da votação neste domingo: a proporção de eleitores que pretendiam anular ou votar em branco era maior que o identificado em 2012.
Em números absolutos, mais de 741 mil (43,1%) eleitores em Belo Horizonte não votaram em ninguém para prefeito (abstenção, branco e nulo). No Rio, foram cerca de 1,8 milhão. Em São Paulo, essa soma chegou a 3 milhões.
Em tese, pesquisadores evitam somar votos brancos, nulos e abstenções porque são casos que podem envolver diferentes razões dos eleitores. Entre as abstenções, por exemplo, pode haver casos de eleitores que deixaram de votor por falta de interesse no processo eleitoral, falta de identificação com os candidatos que participaram do pleito ou ainda porque mudaram de cidade e não fizeram a transferência do título. De qualquer forma, o dado ajuda a mensurar a proporção de brasileiros que deixaram de votar em um dos candidatos a prefeito.
Reprodução: O Globo