Em depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, em Curitiba, o ex-ministro Antonio Palocci afirmou que não é o “italiano” que aparece em uma planilha de propinas da empreiteira Odebrecht, envolvida no petrolão.
Ex-titular das pastas da Fazenda e da Casa Civil nos governos Lula e Dilma, Palocci foi preso na segunda-feira, na 35ª fase da Operação Lava Jato. Os investigadores suspeitam que Palocci recebeu 128 milhões de reais da empreiteira e que parte desse dinheiro teria sido destinado ao PT. Uma planilha do Departamento de Operações Estruturadas – setor da Odebrecht que teria a missão de pagar propinas a agentes políticos – traz o codinome “italiano”, que, para a Lava Jato, é uma referência a Palocci.
No depoimento de mais de três horas, o ex-ministro declarou que “não recebeu qualquer vantagem indevida ou ilícita”.
Segundo a defesa de Palocci, a cargo do criminalista José Roberto Batochio, a PF “já atribuiu tal apelido a outros três indivíduos”. Em nota divulgada por sua assessoria de imprensa, Palocci critica o que chama de “ilação” da PF de que ele “teria trabalhado para favorecer a conversão da Medida Provisória 460”, em favor dos interesses da Odebrecht.
Prisão
Palocci está preso na carceragem da PF em Curitiba em regime temporário por cinco dias. O prazo termina nesta sexta-feira. Moro vai decidir se prorroga a temporária do ex-ministro ou se o manda para prisão preventiva – quando não há previsão do seu término. O juiz poderá, ainda, revogar a ordem de prisão contra Palocci.
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