A Polícia Federal cumpre hoje novas ordens judiciais relacionadas à 9ª fase da Operação Acrônimo, entre mandados de busca e apreensão e condução coercitiva. O secretário de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais de Minas Gerais, Marco Antônio de Rezende Teixeira, é um dos alvos da operação. A Polícia Federal também realiza buscas em escritórios da empreiteira OAS.
A última fase da operação havia sido realizada no dia 15, tendo dois alvos diferentes: a investigação de supostas fraudes em licitações no Ministério da Saúde e a obtenção de vantagens indevidas em financiamentos junto ao BNDES para a realização de projetos no exterior. Foram cumpridos 20 mandados judiciais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além do Distrito Federal.
ENTENDA A OPERAÇÃO
A Operação Acrônimo teve início em maio deste ano e mirou empresários que doaram para partidos políticos na campanha de 2014. O principal alvo foi Benedito Rodrigues de Oliveira, o Bené, dono de gráfica em Brasília, uma das quatro pessoas presas na primeira ação.
Entre as medidas determinadas pela Justiça Federal, esteve o sequestro de um bimotor turboélice King Air, avaliado em R$ 2 milhões, de propriedade do empresário, que é ligado ao PT.
A mesma aeronave havia sido apreendida durante a campanha com R$ 116 mil. Marcier Trombiere Moreira havia sido detido em 2014, ao descer da aeronave, e voltou a ser preso na Operação Acrônimo. Trombiere é ex-funcionário do Ministério das Cidades, mas pediu exoneração ano passado para atuar na campanha de Fernando Pimentel.
Bené foi solto 12 horas depois após pagar uma fiança de R$ 78 mil. Ele havia sido preso em flagrante por formação de quadrilha, mas a Polícia Federal não esclareceu o que o empresário estava fazendo no momento da prisão.
Em junho, relatório sigiloso da PF acusou Pimentel de prática de possíveis atos de corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa supostamente chefiada por Benedito Oliveira. Entre os indícios de corrupção, a PF informa que o empresário pagou despesas com transporte e hospedagem do governador e da mulher dele, Carolina Oliveira, no Maraú Resort, numa praia da Bahia, entre 15 e 17 de novembro de 2013, quando Pimentel ainda era ministro do Desenvolvimento.
A PF também investiga pagamentos realizados por sindicatos mineiros a pessoas ligadas ao governador mineiro. A suspeita é de que os pagamentos ocorreram com o intuito de beneficiar direitamente o petista, em troca de vantagens no governo estadual.
Agencia O Globo