Política

Wagner dividido entre secretaria no governo Rui e presidência do PT

O Partido dos Trabalhadores (PT) e o ex-governador Jaques Wagner estão divididos entre ele assumir o Diretório Nacional da legenda e uma secretaria no governo de Rui Costa, seu sucessor

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 src=O Partido dos Trabalhadores (PT) e o ex-governador Jaques Wagner estão divididos entre ele assumir o Diretório Nacional da legenda e uma secretaria no governo de Rui Costa, seu sucessor. A Tribuna apurou nos bastidores que já há consenso no núcleo de articulação política do Estado de que Rui deve fazer uma minirreforma no seu secretariado depois das eleições municipais de 2 de outubro próximo, mais provavelmente no início de janeiro de 2017. Mas além da compreensão da necessidade da reformulação nas pastas, os petistas entendem também que o possível ingresso do ex-ministro Jaques Wagner seria benéfico para ele próprio, para Rui e para o PT.

Conforme apurou a reportagem, a intenção dos articuladores de Rui Costa é ajuda-lo a compor ‘um secretariado de peso, com grandes nomes, nomes com expressividade na sociedade em cada tema’, segundo a fonte. Neste contexto, avaliam que Wagner poderia assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). Contudo, o próprio Jaques Wagner ainda não decidiu se voltará de vez ou não para a Bahia. Ele continua dando apoio aos amigos e ex-presidentes Dilma Rousseff e Lula, neste momento em que o PT busca se readequar como oposição no cenário político nacional. Se decidir voltar, ressalta a fonte, Wagner também ainda não definiu se participará do governo Rui.

 Entre as possibilidades para o futuro político de Jaques Wagner, a considerada mais concreta é a de ele ser candidato a senador pela Bahia em 2018, quando Rui Costa tentará se reeleger em disputa que pode ter como principal adversário do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Num futuro mais próximo, há também a possibilidade de ele assumir o comando nacional do Partido dos Trabalhadores, ideia defendida pelo expoente maior da legenda, o ex-presidente Lula. Estariam no páreo os senadores Humberto Costa (PE) e Lindbergh Farias (RJ), mas a opinião de Lula tem peso que pode ser determinante.

O atual presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou na segunda-feira (19) que o partido vai antecipar as eleições internas para escolha do condutor da legenda durante as eleições de 2018. Segundo Falcão, a troca do comando do PT deve acontecer ainda no primeiro semestre do próximo ano, e não mais em novembro, como estava previsto inicialmente.

Rui Falcão também afirmou que não vai disputar uma nova eleição e que Lula também não vai voltar a ocupar o posto. “O próprio Lula tem defendido que, para renovar, é preciso inclusive ter renovação geracional. Você precisa formar gente, o Lula já tem 71 anos, ele vai morrer, eu vou morrer logo”, disse o presidente do PT em publicação do jornal O Estado de São Paulo.
O Diretório Nacional do PT se reunirá em 7 de outubro próximo para definir como será feita a troca do comando, se por meio de um processo de eleição direta (PED), como acontece atualmente, ou por um congresso da legenda. 

Reprodução: Tribuna da Bahia