Saúde

Associação de Transtornos Alimentares é pioneira em Salvador

Na Bahia, pacientes esperam até 2 anos por tratamento especializado

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Foto: divulgação

O Grupo de Atuação em Transtornos Alimentares da Bahia (Gatab), que começou como um simples grupo no WhatsApp em 2022, será oficializada como associação. O lançamento está marcado para esta quinta-feira (27), às 19h30, na Associação Baiana de Medicina.

O coquetel marca o início de um projeto que pretende reunir profissionais que trabalham com transtorno alimentar, promover educação continuada e atualização, conscientização dos transtornos alimentares. Até o fim do ano, a ideia é realizar ações, entre elas a caminhada de conscientização dos transtornos alimentares, agendada para junho.

Para a presidente do Gatab, Ana Paola Robatto, “tudo começa com uma alteração no padrão alimentar com o objetivo de ser mais saudável e que é visível, mas pode tornar-se o que a gente chama de comer transtornado e/ou um transtorno alimentar”. A especialista vai apresentar no evento de lançamento da associação imagens, dados e histórias referentes ao panorama dos transtornos alimentares no Brasil e no mundo.

Em um consultório na Pituba, a psicóloga e vice-presidente do Gatab, Maria Emília Pimentel, atendeu, em 2022, três casos graves de anorexia nervosa.

“Eram adolescentes que chegaram ao meu consultório depois de peregrinar por diversos serviços. Uma delas havia esperado 22 meses por atendimento especializado”, recorda Pimentel.

A angústia daqueles meses a levou a criar um grupo no WhatsApp com colegas psiquiatras, nutricionistas e psicólogas. O gesto, aparentemente pequeno que daria origem ao Gatab, hoje a primeira associação baiana especializada em transtornos alimentares.

O que começou como uma troca de mensagens entre profissionais transformou-se, em pouco mais de dois anos. De acordo com a psiquiatra e especialista em transtornos alimentares, Ana Paola Robatto, as expectativas são boas.

“Continuar atualizando, realizando a educação continuada e, futuramente, capacitando profissionais e levando para as comunidades orientação e tratamento para pessoas que não tenham acesso adequado. Esses transtornos merecem cuidados, pois podem tornar-se muito graves e até levar a pessoa à morte”, afirma Robatto.

Enquanto preparam os últimos detalhes para o grande dia, o grupo composto por 17 mulheres de áreas interdisciplinares refletem sobre a jornada.

“Sabemos que é um trabalho de formiguinha, mas cada profissional que capacitarmos pode salvar dezenas de vidas. Na Bahia, onde o acesso ao tratamento especializado é tão limitado, isso faz toda a diferença”.

Sobre o Gatab

Associação baiana sem fins lucrativos com o propósito de unir profissionais e estudantes interessados na área dos Transtornos Alimentares. Através de ações de prevenção, assistência e recuperação dos Transtornos Alimentares, tem o objetivo de contribuir para a melhoria das condições de saúde da população.

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