A Câmara dos Deputados se preparava na noite desta segunda-feira (19) para votar uma proposta que criminaliza o caixa 2, que é a doação eleitoral não declarada à Justiça Eleitoral, mas, sob pressão de alguns partidos, o texto acabou sendo retirado de pauta.
Na prática, como a lei só poderá ser aplicada a partir da sua aprovação pelo Congresso, o texto abriria brecha para anistiar quem fez uso de contribuições ilegais em eleições anteriores.
A inclusão do texto na pauta foi feita de última hora, o que provocou protestos em plenário, principalmente de deputados do PSOL, daRede e do PSD. Houve tumulto entre os parlamentares, que se revoltaram com a situação.
A costura do texto havia resultado de uma articulação suprapartidária, que vinha sendo feita havia algumas semanas, com o aval do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tanto por partidos governistas, como PMDB, PSDB, DEM, PR e PP, como da oposição, como PT.
Diante da polêmica em plenário, o deputado Beto Mansur (PRB-SP), primeiro-secretário da Câmara que presidia os trabalhos, aceitou uma sugestão do líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), um dos parlamentares à frente das negociações, e retirou o projeto de pauta. Em seguida, a sessão foi encerrada.
(G1) (AF)