A Receita Federal apreendeu, no Aeroporto Internacional de Salvador, 60 canetas do medicamento Mounjaro, voltado para o emagrecimento. De acordo com o órgão, os produtos estavam com um passageiro brasileiro, de 29 anos, que estava um voo da TAP, procedente de Lisboa (Portugal) e com origem em Londres (Inglaterra), tendo como destino a cidade de Goiânia, capital de Goiás.
O caso ocorreu na noite da última quinta-feira (20). Também conforme a Receita Federal, o homem foi identificado mediante técnicas de análise do perfil do passageiro, e a equipe de Vigilância da Receita Federal comprovou a existência dos medicamentos na bagagem, ao passar a mala pelo equipamento de scanner.
Este é a segunda apreensão realizada pela Receita Federal em um espaço de dez dias. No primeiro caso registrado, em 10 de março, 100 canetas de Mounjauro estavam ocultas debaixo da roupa de um passageiro de 22 anos, natural de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia.
Nas duas situações, além de a medicação ter sido adquirida na Inglaterra, chamou a atenção o fato de os produtos terem sido transportados de maneira inadequada, sem a devida refrigeração, o que compromete sua eficácia e pode trazer riscos à saúde.
A Receita Federal informou que, nos casos registrados, fará representação ao Ministério Público para dar encaminhamento à investigação criminal.
Medicamento para emagrecimento chegaria em junho ao Brasil
O Mounjaro é um medicamento à base de Tirzepatida, regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exclusivamente para importação por pessoas físicas, mediante apresentação de receita médica. A comercialização no mercado brasileiro ainda é proibida.
A expectativa é a de que o medicamento seja vendido em território nacional a partir do mês de junho. Considerado o grande concorrente do Ozempic, o Mounjaro chega às farmácias como opção para o tratamento de diabetes e da obesidade, assim como o primeiro medicamento citado. Ao PS Notícias, o médico endocrinologista Eduardo Quadros explica que as duas medicações agem de forma semelhante.
O especialista explicou que o Mounjaro é uma medicação desenvolvida para tratar diabetes e obesidade, produzindo em uma só substância o efeito de dois hormônios que o intestino produz quando nos alimentamos: o GPI e o GLP-1.
“Esses hormônios atuam em vários órgãos, mas seus principais efeitos ocorrem no pâncreas, onde aumentam a secreção de insulina, hormônio essencial para o controle do açúcar do sangue, e no cérebro, onde reduzem o apetite”, explica.
Isso significa que enquanto o Ozempic atua de forma semelhante ao hormônio GLP-1, o Mounjaro induz efeitos de dois hormônios ao mesmo tempo.