
A endometriose, considerada uma das principais causas de infertilidade feminina, ainda é desconhecida por muitas mulheres. O desenvolvimento de células do endométrio (tecido que reveste o interior do útero) caracteriza a doença inflamatória crônica hormônio-dependente, causada por desequilíbrios hormonais. Essas células se desenvolvem principalmente na cavidade pélvica. Partes desse tecido uterino migram para áreas como os ovários, trompas, intestino e bexiga. Isso constitui uma situação anormal no corpo da mulher.
As causas da endometriose não são totalmente conhecidas. Contudo, os especialistas acreditam que sua origem seja multifatorial e podem estar relacionada a fatores genéticos, imunológicos, ambientais e comportamentais, como a obesidade. Os sintomas mais comuns da doença inflamatória se apresentam no período pré-menstrual. Tais como sangramento intenso, cólica e dor incapacitante durante o ciclo menstrual. Outras manifestações são alterações no hábito intestinal, dor durante a relação sexual, dificuldade de engravidar, distensão abdominal e outros sintomas.
De acordo com o médico radiologista dedicado ao diagnóstico da mulher do Hospital Português (HP), Dr. João Rafael Carneiro, boa parte das mulheres que possuem endometriose costumam passar anos sentindo fortes cólicas durante a menstruação. Tudo isso até serem diagnosticadas corretamente.
“Sentir dor não é normal, principalmente se essa dor for progressiva e incapacitante. Algumas pacientes levam entre 7 e 13 anos sofrendo durante o período menstrual e são levadas a acreditar que essa dor é normal. É preciso investigar cuidadosamente”, comenta. O especialista ressalta que identificar a endometriose, sobre tudo em sua fase inicial, é crucial para simplificar a abordagem terapêutica e reduzir a probabilidade de agravamento da doença. “A doença pode impactar a vida e a fertilidade de muitas mulheres. Estima-se que de 5% a 50% das mulheres com endometriose enfrentam dificuldades para engravidar. No entanto, a realização de exames adequados é essencial para a elaboração de um plano terapêutico eficaz, aumentando assim as chances de conceber e gerar um filho”, ressalta.
Os exames que Dr. João Rafael se refere são os de diagnóstico por imagem, como: ultrassonografia com preparo intestinal, transvaginal e ressonância magnética pélvica. As avaliações indicam onde as lesões avermelhadas estão localizadas e o estado das pontes fibróticas que se formam na região.
“Nem sempre a doença é progressiva e, em alguns casos, as lesões podem permanecer iguais e sem alteração durante certo tempo. É preciso um acompanhamento continuo e especializado com avaliações minuciosas, a partir daí o médico poderá indicar um tratamento personalizado”, finaliza.
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